sexta-feira, 26 de agosto de 2011

GERAL: Ex-banqueiro Salvatore Cacciola deixa a prisão após receber liberdade condicional

De O GLOBO.COM.BR

Ramona Ordoñez, Bruno Villas Bôas, Mariana Durão e Fabiana Ribeiro (economia@oglobo.com.br)

RIO - O ex-banqueiro Salvatore Alberto Cacciola atravessou, por volta de 17h30, os portões do Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste. Ele deixou a prisão após três anos e 11 meses, pois recebeu a liberdade condicional. Vai cumprir em casa o restante da pena de 13 anos pelos crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público.
Usando camiseta branca e calças jeans, Cacciola foi cercado por fotógrafos enquanto se identificava na portaria do presídio. Ele saiu a pé, entrou em um Fiesta preto e não falou com os jornalistas. O carro seguiu direto para o condomínio Nova Ipanema, na Barra da Tijuca, onde mora Renato Cacciola, irmão do ex-banqueiro.
Pouco depois da liberação do ex-banqueiro, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ingressou, com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio pedindo, liminarmente, a suspensão da decisão de soltura. O MPRJ também interpôs na Vara de Execuções Penais o recurso de agravo em execução penal, com objetivo de reverter a decisão que concedeu o benefício de liberdade condicional, sob o argumento de que ele não pode gozar deste direito sem haver reparado o dano que gerou à União.
Na quarta-feira, quando soube da liberdade condicional, Cacciola, de 67 anos, fez planos e conversou sobre o futuro com seus irmãos Renato e Giampiero Cacciola, que o visitaram por três horas no presídio. O ex-dono do Banco Marka pensa agora em retomar sua vida pessoal e profissional. Ele soube ter conseguido a condicional quando teve em mãos uma edição do GLOBO que circulou entre colegas de cela, segundo parentes do ex-banqueiro.
Os irmãos visitaram Cacciola das 11h às 14h no Complexo Penitenciário de Gericinó, de onde saíram a pé. Giampiero, que é fisicamente muito parecido com Cacciola, saiu sorrindo e carregando sacolas que pareciam levar resquícios do almoço em família. Na conversa entre os irmãos, a liberdade condicional teria sido tema secundário.
Para Artur Gueiros, professor de Direito Penal da Uerj e ex-procurador do caso Cacciola, o maior temor é que o ex-banqueiro busque abrigo no Consulado da Itália no Rio para fugir do país, como fez em 2000:
- Será extremamente humilhante para a Justiça brasileira caso ele fuja novamente. Por não preencher os requisitos legais, o mesmo deveria continuar privado da liberdade.

Carteirinha de preso e 'ponto' na Justiça por 5 anos
Cacciola receberá uma carteirinha de condenados que cumprem pena em liberdade. Precisará comparecer periodicamente à Justiça do Rio para bater uma espécie de ponto. Cacciola não poderá sair do país. Do Estado do Rio, apenas com uma prévia autorização da Justiça. Terá ainda que manter residência fixa, da qual não poderá se mudar sem comunicar à Justiça. Essa será sua rotina pelo menos nos próximos cinco anos. Ele deve morar com a namorada Mirela Hermes, que conheceu em Roma.

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