quinta-feira, 15 de setembro de 2011

MUNDO: Banco UBS tem prejuízo de US$ 2 bilhões em transações e polícia prende operador como responsável

De O Globo, com agências (economia@oglobo.com.br)

ZURIQUE - O banco UBS disse nesta quinta-feira que um operador da empresa causou um prejuízo estimado em US$ 2 bilhões. Segundo o banco, o funcionário agiu sem autorização para realizar as operações. A polícia de Londres prendeu Kweku Abodoli, de 31 anos, funcionário do UBS, como o responsável pela fraude. O banco se recusou a confirmar o nome.
O perfil de Adoboli na rede social LinkedIn mostra que ele passou os últimos cinco anos trabalhando na divisão europeia de negociação de ações do UBS, após três anos como analista de suporte comercial do banco. Ele se formou em 2003 pela Universidade de Nottingham, na Inglaterra, em ciência da computação e administração.
Adoboli vive em uma rua movimentada de bares e lojas de moda retrô, a apenas poucos quarteirões da sede da UBS do Reino Unido, que foi isolada nesta quinta-feira. Seu perfil no Facebook traz uma fotografia em preto-e-branco de um homem africano interessado em vinhos, ciclismo e fotografia.
O maior banco da Suíça alertou que as operações podem causar um prejuízo líquido no resultado financeiro do terceiro trimestre. Por causa da fraude, no início da tarde desta quinta-feira as ações do UBS caíam 8,7%, para 9,98 francos suíços, na bolsa de valores de Zurique.
O órgão fiscalizador de bancos na Suíça, o Finma, disse que estava em contato com a UBS sobre o rombo, só descoberto na quarta-feira. "Pela escala do prejuízo desse caso, podemos ter certeza que é o maior que já vimos para um banco suíço", disse o porta-voz da Finma, Tobias Lux, à Associated Press.
Perdas em transações igualam economia com demissões
O UBS forneceu poucos detalhes sobre o caso, dizendo que ainda estava sob investigação e que não houve dinheiro de clientes envolvido. As transações não autorizadas podem custar ao UBS quase tanto quanto os 2 bilhões de francos suíços (US$ 2,28 bilhões) que o banco deve economizar ao eliminar 3.500 postos de trabalho nos próximos dois anos.
A fraude surge no momento em que o UBS luta para recuperar sua reputação após pesadas perdas no mercado de títulos hipotecários de alto risco (subprime) durante a crise financeira de 2008. Na ocasião, o governo suíço deu ajuda financeira ao banco. Outro dano do qual a instituição financeira ainda tenta se recuperar foi a embaraçosa investigação nos Estados Unidos por evasão fiscal.
Por coincidência, o Parlamento suíço debaterá nesta quinta-feira o futuro da indústria bancária do país. Os parlamentares estão sendo convidados a considerar propostas para garantir que os dois maiores bancos da Suíça - UBS e Credit Suisse Group - sejam colocados sob controle mais rigoroso, pois são considerados "grandes demais para quebrar".
O caso imediatamente evocou a lembrança de Jérôme Kerviel, o operador do banco Société Générale - o segundo maior da França - que fez operações não autorizadas em janeiro de 2008. Kerviel foi condenado em outubro de 2010 por falsificação, abuso de confiança e acesso não autorizado a computadores para encobrir operações no valor de quase 5 bilhões de euros (US$ 6,8 bilhões). Também está proibido de trabalhar no mercado financeiro.

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