quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

ECONOMIA: Trump não trata de economia e dólar fecha a R$ 3,193

OGLOBO.COM.BR
POR JULIANA GARÇON / ANA PAULA RIBEIRO

Moeda recuou 0,21%; Bolsa tem leve alta de 0,15%

- Chris Ratcliffe / Bloomberg

RIO E SÃO PAULO - A ausência de temas econômicos na entrevista do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez o dólar perder força nesta quarta-feira. A moeda americana recuou 0,21%, cotada a R$ 3,192. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava, por volta das 17h, leve alta de 0,15%, a R$ 3,192.
Em sua primeira entrevista coletiva à imprensa desde julho e a dez dias da posse, Trump fez uma séries de críticas ao governo Obama e também discutiu com repórteres presentes, mas como não tocou em temas econômicos, o dólar acabou perdendo força - antes do início da entrevista, a divisa operava em alta. Em meio a esse ambiente, o dólar também recuou em escala global, com o “dollar index” tendo variação negativa de 0,31% próximo ao horário de fechamento dos negócios no Brasil.
— O dólar começou a ficar mais fraco depois do início da fala de Trump. Indiretamente, isso ajudou as empresas do setor de commodities na Bolsa e de exportadoras. Mas na entrevista ele adotou uma postura ainda polêmica, então a gente deve esperar mais volatilidade — disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Na visão de Jefferson Luiz Rugik, a alta registrada pela moeda nas primeiras horas de negócio - na máxima, a divisa chegou a R$ 3,231, esteve atrelada às expectativas em relação a possíveis medidas por parte do novo presidente americano.
— Trump focou mais em seus negócios pessoais, relações com a Rússia, com o México e com a imprensa, deixando de lado importantes assuntos econômicos — avaliou.
Para Marcos Henrique Jamelli, analista de câmbio da Gradual Corretora, esse período da manhã também foi utilizado para que os investidores fizessem correções em suas carteiras.
— O mercado aguardava o discurso de Trump e faz uma correção após a recente depreciação do dólar — disse.
Já internamente, os investidores estão de olho na decisão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para Alexandre Espirito Santo, economista da plataforma de investimentos Órama, o mercado já embutiu em seus preços a perspectiva de redução nos juros.
As expectativas se dividem entre redução de 0,5 ponto percentual e 0,75 ponto percentual. No último boletim Focus, levantamento feito pelo BC junto a mais de cem instituições financeiras, a maior parte dos economistas apontava corte de 0,5 ponto percentual, que levaria a Selic a 13,25% ao ano. Contudo, a pesquisa se refere à semana anterior, e as previsões vêm sofrendo revisões nos últimos dias. Para Espirito Santo, o corte de 0,75 pp é improvável, mas não seria surpreendente, tendo um vista o cenário econômico. Conforme o Focus, a Selic deve chegar a dezembro em 10,25% ao ano, conforme o boletim divulgado no último dia 2, que trouxe redução da projeção.
— O IPCA veio um pouco abaixo do esperado, e o mercado continua atribuindo alguma chance de um corte maior que 50 bps (0,5 ponto percentual) na Selic hoje — aponta Hersz Ferman, economista da Elite Corretora.
PETROBRAS SUSTENTA BOLSA
O desempenho dos papéis da Petrobras e da Vale sustentam o Ibovespa. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal têm alta de 0,96%, cotadas a R$ 15,63, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) sobem 2,21%, a R$ 18. No caso da Vale, as PNs sobem 2,48% e as ONs têm alta de 1,43%, em mais um dia de valorização do minério de ferro na China — a commodity subiu 1,23% no porto de Qingdao.
No entanto, os papéis da Usiminas e da CCR caem com força, respectivamente, 4,39% e 3,77%, o que impede a alta do índice.
Na Europa, aos principais índices operam em alta. Em Londres, o FTSE 100, ganham 0,24%. O DAX, de Frankfurt, opera com alta de 0,33%. Em Paris, o CAC 40 tem valorização de 0,21%.
Na China, as bolsas recuaram pelo segundo dia. O índice CSI300, de Xangai e Shenzhen, recuou 0,7%, enquanto o índice SSEC, de Xangai, teve queda de 0,77%. Em Tóquio, o Nikkei avançou 0,33%. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 0,84%.

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