quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

ECONOMIA: BC reduz juros pela 3ª vez seguida e faz maior corte em quase 5 anos

Do UOL, em São Paulo


iStock/vasabii
Em sua primeira reunião em 2017, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, a 13% ao ano. Os juros estavam em 13,75%. É a terceira redução seguida da taxa. A decisão, tomada nesta quarta-feira (11), foi unânime.
Há quase cinco anos o BC não fazia um corte como esse na Selic. A última vez em que os juros foram reduzidos em 0,75 ponto percentual foi em abril de 2012, quando caíram de 9,75% para 9% ao ano.
Inflação menor ajudou no corte
A decisão ocorre no mesmo dia em que foi divulgado um bom resultado para a inflação, que fechou 2016 em 6,29%, dentro do limite máximo da meta do governo (era até 6,5%). Juros altos são usados para tentar conter a inflação (com prestações mais caras, o consumo é menor, e a inflação tende a cair). Quando a inflação recua, os juros podem baixar.
A nota do BC sobre a decisão desta quarta cita justamente a inflação: "A inflação acumulada no ano passado [ficou] bem abaixo do esperado há poucos meses." Também diz que espera que a inflação chegue neste ano aos 4,5%, que é o chamado centro da meta.
O BC também elogia os projetos do governo para cortar gastos: "Os passos no processo de encaminhamento e aprovação das reformas fiscais têm sido positivos até o momento."
Por outro lado, o BC diz que a recuperação econômica deve demorar mais do que o esperado e teme que os cenários externo e interno com "alto grau de incerteza" ainda compliquem um pouco a inflação.
Nas duas últimas reuniões, o BC optou por um corte de 0,25 ponto, derrubando a taxa de 14,25% para 13,75% ao ano.
Ritmo acelerado no corte de juros
Desde a última reunião, no final de novembro, O BC vinha dando sinais de que poderia acelerar o corte dos juros. No mês passado, reduziu a projeção de crescimento da economia em 2017 de 1,3% para 0,8%.
Em outra ocasião, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse ao "Valor Econômico" que o banco está pronto para olhar "com mais cuidado" a atividade econômica agora que as expectativas de inflação estão convergindo para a meta.
Alguns analistas disseram que o BC pode manter o ritmo de corte em 0,75 ponto em fevereiro, após ver mais evidências de progresso nas reformas (trabalhista e da Previdência) propostas pelo governo Michel Temer.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 
A meta em 2017 é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto, ou seja, pode variar entre 3% e 6%.
Juros para o consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial subiu em novembro e atingiu 331% ao ano, e os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 482% ao ano.

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