segunda-feira, 27 de novembro de 2017

ECONOMIA: Dólar fecha a R$ 3,22, menor valor desde outubro

OGLOBO.COM.BR
POR MARINA BRANDÃO

Real acompanha fluxo das moedas emergentes; Ibovespa também fecha em queda, de 0,13%

- Scott Eells / Bloomberg News

RIO - Após três retrações na semana passada, o dólar ampliou o movimento de queda e fechou o dia com desvalorização de 0,4%, cotado a R$ 3,22 — menor valor de fechamento desde o dia 20 de outubro —, com o real acompanhando o fluxo dos moedas emergentes. Por outro lado, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, chegou a cair mais de 1% ao longo do pregão, puxado pela queda das commodities no exterior. O índice fechou 0,13% no negativo, a 74.058 pontos, após o ministro da Fazenda Henrique Meirelles avaliar como "possível" a aprovação em primeiro turno na Câmara dos Deputados do novo projeto da reforma da Previdência.
— O pronunciamento de Meirelles assegurou o mercado sobre a votação da Previdência, que pode sair na próxima semana, e disse até que existe a possibilidade de uma futura privatização da Petrobras. Tudo isso anima o mercado. Há uma reversão do sentimento de medo e de aversão, para um mercado com mais apetite — avaliou Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial Research.
Apesar disso, no cenário doméstico, o clima ainda é de cautela no mercado, enquanto o governo do presidente Michel Temer busca os votos necessários para aprovar projeto na Câmara ainda este ano. Os problemas de saúde de Temer — que deve sair do hospital ainda nesta segunda — são outro obstáculo para a negociação avançar, já que sua capacidade de se envolver em negociações pode estar reduzida após a angioplastia.
— O presidente está em fase de convencer os deputados, que precisam aprovar o projeto nessa reta de final de ano. E os políticos vão tentar tirar o máximo de proveito do governo para passar a reforma. Mas, enquanto não se tem uma resposta positiva sobre isso, o mercado vai continuar volátil — disse Pedro Galdi, analista da Magliano, lembrando ainda que a semana será de grande movimentação econômica, com divulgação dos PIBs americano e brasileiro, além de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal e da Opep, sobre uma possível redução de oferta de petróleo.
No cenário internacional, o foco do investidor se volta à economia dos EUA e à reforma tributária. O pacote fiscal de Trump deve ser votado ainda esta semana. Além disso, o futuro presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Jerome Powell será sabatinado pelo Senado americano nesta terça-feira.
As principais empresas que puxam o pregão para baixo são os bancos, a Vale e a Petrobras. Com o sentimento negativo nas commodities limitando a tomada de riscos pelos traders, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da petroleira são as que mais pesam sobre o índice: queda de 1,42% a R$ 15,87. As ordinárias (ON, com direito a voto) desvalorizam 1,38%, a R$ 16,32. Já os papeis da mineradora caíram 1,06%, a R$ 35,41.
— Nas últimas semanas, o dólar chegou a bater R$ 3,40 e, com isso, acabou inflando também o preço das commodities. Agora, como ele retorna ao seu patamar e elas caem junto à moeda — disse Galdi.
Entre os bancos, o Itaú foi o único que fechou no azul, com alta de 0,61% a R$ 42,69. O Bradesco caiu 0,14% a R$ 33,40, o Banco do Brasil desvalorizou 1,34% a R$ 33,40 e o Santander contabilizou queda de 0,52% a R$ 30,32.

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