segunda-feira, 3 de abril de 2017

POLÍTICA: Governo evita guerra com Renan Calheiros, apesar de ataques

OGLOBO.COM.BR
POR GERALDA DOCA / SIMONE IGLESIAS / JÚNIA GAMA

Planalto tenta se acertar com senador, mas diz que não vai ceder a pressões

Renan Calheiros vem criticando as medidas do governo Temer - Ailton Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA - O líder do PMDB no Senado e ex-presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), voltou a atacar o governo ontem, por meio de suas redes sociais. Em vídeo postado em sua conta no Twitter, Renan diz que o governo “continua errático” e sentencia, em tom de ameaça: “Quem não ouve, erra sozinho”.
Os ataques do líder têm sido interpretados por auxiliares do Palácio do Planalto como reação de Renan ao fato de o governo tê-lo contrariado em ao menos duas ocasiões: ao sancionar rapidamente o projeto da terceirização e ao indicar para o TRF (5ª Região) Leonardo Henrique de Cavalcante — apadrinhado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) —, em detrimento de um nome escolhido por Renan. A falta de disposição do governo de recriar o Ministério dos Portos, que poderia abrigar um indicado de Renan, também incomoda o peemedebista.
“NÃO EXISTE ROMPIMENTO”
Apesar dos ataques, o Palácio do Planalto não quer declarar guerra a Renan Calheiros, mas está decidido a não ceder às pressões do senador para evitar que elas contaminem parlamentares da base do governo nas votações das reformas.
— Não existe rompimento. Nós achamos que há todas as condições de nós continuarmos juntos e continuar as nossas conversações. É importante ter uma boa base na Câmara e no Senado. O caso da nomeação para o TRF foi um movimento natural — afirma o ministro da Secretaria de Governo, Moreira Franco.
Para interlocutores do presidente Michel Temer, Renan busca garantias de que tem apoio para sobreviver ao terremoto político que se aproxima, já que é um dos citados na Operação Lava-Jato e vislumbra dificuldades para se reeleger.
Temer passou a semana tentando selar as pazes com Renan, uma missão confiada a Moreira Franco e ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, mas não teve êxito. A intenção é continuar insistindo num acerto de contas.

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