segunda-feira, 3 de abril de 2017

MUNDO: Equador: Guillermo Lasso denuncia fraude eleitoral à OEA

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Com 96,94% das urnas apuradas, governista Lenín Moreno tem 51%dos votos

Cadidato opositor Guillermo Lasso discursa enquanto espera resultados das eleições no hotel in Guayaquil - HENRY ROMERO, Reuters

QUITO — Frente à virtual vitória do seu rival, o candidato opositor à Presidência do Equador Guillermo Lasso disse nesta segunda-feira ter recorrido ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, para denunciar uma tentativa de fraude nas eleições. Com 96,94% das urnas apuradas, o governista Lenín Moreno acumula 51% dos votos, segundo o órgão eleitoral do país. No entanto, os dois postulantes chegaram a anunciar suas vitórias no domingo, durante uma tensa e acirrada contagem dos votos. Houve protestos de partidários dos dois lados nas ruas.
Lasso, do partido Criando Oportunidades (Creo), afirma que as cédulas foram manipuladas para mudar votos em seu favor para Moreno. Em seu Twitter, o candidato mostrou um exemplo de suposta cédula adulterada e incentivou seus partidários a saírem às ruas e protestar.
"Atuemos de maneira pacífica mas firme. É necessário ir às ruas para dizer: NÃO ROUBE O MEU VOTO porque queremos uma MUDANÇA no Equador", escreveu, após uma mensagem que dizia:"Este é só um exemplo de cédulas que demonstram inconsistências. Mudaram seus votos pelos nossos."
Além disso, segundo o "El Comercio", Lasso chamou um futuro governo de Moreno de ilegítimo. Após a divulgação dos resultados, manifestantes favoráveis aos dois candidatos se reuniram na prota do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador. Houve confrontos entre a população e a polícia.
Partidários de Lasso protestam durante eleições presidenciais em Quito - CARLOS NORIEGA / REUTERS
Apoiadores de Lasso protestam sob forte presença policial em noite de tensa apuração eleitoral no Equador - HENRY ROMERO / REUTERS

Cerca de 12,8 milhões de cidadãos foram convocados a votar entre dois candidatos que se encontram em espectros políticos totalmente opostos: um socialista e defensor de programas sociais e um ex-banqueiro alinhado ao mercado. A vitória do ex-vice do atual presidente, Rafael Correa, seria um incentivo à esquerda latino-americana, em detrimento de uma guinada conservadora como ocorreu em Brasil, Peru e Argentina.
Logo após o fechamento das urnas, três pesquisas de boca de urna colocavam Lasso à frente, enquanto uma quarta indicou que o vencedor era Moreno. O opositor, que chegou a cantar vitória, não reconheceu o resultado, abrindo caminho para protestos em um país dividido, onde muitos exaltam a estabilidade e os planos sociais de Correa, mas outros criticam seu autoritarismo e escândalos de corrupção que salpicam no governo.
— Vamos exigir recontagem dos votos, porque o povo equatoriano votou pela mudança, votou contra a ditadura de um só partido político — declarou Lasso, de 61 anos, alegando fraude.
No Twitter, o presidente Correa também criticou os resultados díspares das pesquisas: “Isso é estatisticamente impossível. Alguém mente.”
PRESIDENTE PROMETE TRANSIÇÃO PACÍFICA
Pela primeira vez em dez anos sem Correa como candidato, o partido Aliança País apostou em Moreno para continuar no poder. Com um estilo mais conciliador que o do presidente, o ex-vice, de 64 anos, contou com o voto dos setores populares, beneficiários dos programas sociais impulsionados durante a bonança petroleira.
Seu programa privilegia o investimento social sem “pacotes nem privatizações” e um exame minucioso da corrupção, um tema sensível para os eleitores, após escândalos como o da Petroecuador — que envolveu um ex-ministro de Correa — e as supostas propinas milionárias da Odebrecht a funcionários equatorianos.
Ao votar pela manhã, Correa, o presidente que graças ao boom petroleiro modernizou com seu “socialismo do século XXI” um país com fama de ingovernável, qualificou o segundo turno de “decisivo” para a política na América Latina.
— É um momento decisivo porque tivemos uma reação conservadora nos últimos anos — disse Correa.
Questionado sobre a transição com o novo governo, o presidente assegurou que “será pacífica e sem sobressaltos”. Correa tornou-se o presidente que mais tempo permaneceu no poder no Equador, depois da crise institucional enfrentada pelo país entre 1996 e 2007, em que houve sete governantes, três derrubados.

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