quinta-feira, 6 de abril de 2017

INVESTIGAÇÃO: PF prende presidente da CBDA e mais duas pessoas em operação contra desvio de recursos

UOL
ESPN
Gabriela Moreira, de São Paulo (SP), para o ESPN.com.br

SATIRO SODRÉ/ SSPRESS
Coaracy Nunes, presidente da CBDA desde 1988, foi preso em operação da PF

A Polícia Federal (PF) prendeu três pessoas preventivamente - entre elas o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes - no Rio de Janeiro e tenta localizar outra como parte da operação Águas Claras, deflagrada na manhã desta quinta-feira para apurar um esquema de desvio de recursos públicos repassados à entidade, envolvendo dirigentes e empresários.
Também estão entre os detidos o diretor financeiro da confederação, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, e o coordenador técnico do polo aquático, Ricardo Cabral.
Quem está foragido é Ricardo de Moura, secretário geral de Natação e Executivo, braço-direito de Coaracy e até pouco tempo atrás candidato da situação.
O ESPN.com.br revelou em setembro de 2016 que a CBDA estava sendo investigada por superfaturamento e fraudes em licitações. Tais denúncias afastaram Coaracy Nunes, no cargo desde 1988.
Além dos cinco mandados de prisão, quatro empresários que participaram de licitações com indícios de irregularidades foram conduzidos coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio de Janeiro; outros 16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
Todos os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de São Paulo. A operação foi deflagrada após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo e trabalho da PF, do Ministério Público Federal e da Controladoria-Geral da União.
De acordo com a Polícia Federal, "as investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados".
"Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos serem aplicados corretamente (em incentivos aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas), os recursos eram mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados".
Os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da instrução criminal.
O MInistério Público Federal em SP explicou que "também é objeto da Operação Águas Claras, a contratação com indícios de irregularidade de agência de turismo, que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram realizadas com verbas federais obtidas através de convênios com o Ministério dos Esportes".
"A operação também apura a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de 50 mil dólares americanos que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério dos Esportes, deixaram de ser aplicados na modalidade polo aquático. Embora a CBDA tenha recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção de Polo Aquático Júnior, campeã sul-americana e panamericana, para o Mundial do Cazaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros", continua o comunicado.
O MPF já ofereceu duas ações de improbidade administrativa contra o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em licitações para a aquisição de itens esportivos.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |