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POR HENRIQUE GOMES BATISTA, CORRESPONDENTE
País de Evo Morales assumiu presidência temporária de conselho do órgão
Venezuelans living in Mexico take part in a demonstration against Venezuelan President Nicolas Maduro's government at Angel de la Independencia monument in Mexico City, Mexico, April 2, 2017. The sign reads, "No more dictatorship" and "Maduro Out". REUTERS/Edgard Garrido - EDGARD GARRIDO / REUTERS
WASHINGTON — A situação venezuelana está causando uma nova crise diplomática na Organização dos Estados Americanos (OEA). A Bolívia assumiu, na manhã desta segunda-feira, a presidência temporária do Conselho Permanente da organização e decidiu suspender a reunião do órgão, marcada para esta tarde, para debater a crise política em Caracas. Mas os países afirmaram que não aceitarão esta decisão. Esta reunião pode ser um passo para a suspensão da Venezuela da OEA por quebra da ordem democrática.
O embaixador Diego Pary decidiu pela suspensão do país do presidente Nicolás Maduro minutos após assumir a presidência temporária do órgão. Mas embaixadores de outros países já adiantaram que tentarão debater o tema de qualquer maneira. A Bolívia é uma grande aliada do regime de Caracas.
A reunião poderia decidir por um encontro extraordinário dos chanceleres dos 34 países americanos, capazes de iniciar a suspensão da Venezuela. Esta possibilidade motivou uma forte reação entre deputados opositores e levou a Justiça a suspender o Legislativo — decisão, no entanto, revertida no fim de semana.
— Caso não ocorra acordo para realizar a reunião, os países que pediram sua convocação buscarão um caminho procedimental para realizá-la à revelia do presidente do conselho permanente o mais rápido possível — afirmou José Luiz Machado e Costa, embaixador brasileiro na OEA.
Neste momento, diversas reuniões ocorrem para tentar achar uma solução. Representantes de diversos países afirmam que o presidente temporário do Conselho Permanente não tem o poder de suspender o encontro. A Costa Rica quer realizar a reunião de qualquer maneira às 14h (15h no Brasil), embora outros países aguardem uma reunião marcada para às 16h, o que pode jogar o debate sobre a Venezuela para noite desta segunda-feira ou até para outro dia desta semana.
Um grupo de 20 países, incluindo o Brasil, decidiu convocar esta reunião extraordinária da OEA e veem o governo venezuelano como ditatorial. Um grupo de outros países, os chamados bolivarianos (Bolívia, Equador, Nicarágua e El Salvador), além das nações caribenhas (que se beneficiaram por anos de petróleo subsidiado da Venezuela) defendem o governo de Maduro. A chanceler argentina, Susana Malcorra, veio a Washington para defender a posição do Mercosul, que no fim de semana decidiu intimar a Venezuela a restaurar a ordem democrática, do contrário poderá ser expulsa do bloco.
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