terça-feira, 3 de janeiro de 2017

VIOLÊNCIA: Ministro da Justiça diz que maioria dos mortos não eram ligados a facções

OGLOBO.COM.BR
POR ALÍRIO LUCAS, ESPECIAL PARA O GLOBO

Alexandre de Moraes afirmou que chefes de massacre serão identificados até o final da semana

O ministro da Justiça, Alexandre de Morares, durante entrevista em Manaus - Alírio Lucas / Agência O Globo

MANAUS — O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, afirmou nesta terça-feira que a maioria dos mortos nas duas unidades prisionais de Manaus, entre domingo e segunda-feira, não eram ligados a facções. O secretário de estadual de Segurança, Sérgio Fontes, havia afirmando na segunda que o massacre foi causado por uma guerra entre organização criminosas.
— Isso é um erro que não podemos cometer, achar que, de uma forma simplista, que esse massacre e essas rebeliões são simplesmente guerra entre facções. Aqui, os 56 mortos, mais da metade não tinha ligação com nenhuma facção. Isso é algo que não vem sendo divulgado, exatamente porque sempre é mais fácil uma explicação simplista — disse o ministro em entrevista.
O ministro visitou na manhã desta terça-feira o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde morreram 56 detentos. Segundo o Moraes, a situação na prisão é considerada normal e as investigações para identificar os chefes do episódio devem ser divulgadas até o fim da semana.
— As alas do Compaj já estão limpas e vazias. Por lá as coisas estão normais. Agora o foco é as investigações que já começaram. Conversei com o delegado responsável pelas investigações e já coloquei a Polícia Federal à disposição para ajudar no que for preciso. E ele (delegado) me disse que até o fim da semana eles devem passa os nomes dos líderes das facções para que eles sejam transferidos — disse o ministro, que também visitou a ala feminina.
Após a visita, Moraes dirigiu-se à sede da Defensoria Pública do Estado, onde reuniu-se com o defensor público geral em exercício, Antonio Cavalcante. Ficou definido o apoio do Ministério da Justiça para criação de uma força-tarefa para assistência jurídica nas unidades prisionais de Manaus e de uma Central de Atendimento das Famílias Vítimas do Massacre.
Na última semana, o governo federal já havia anunciado o repasse de R$ 1,2 bilhão aos estados para a construção de penitenciárias e modernização do sistema penitenciário, sendo R$ 44,8 milhões para cada estado.
— Tivemos uma reunião bem proveitosa e fizemos uma análise de todas as propostas para que episódios como esse não aconteçam mais. Eu creio que existe um processo de evolução de se controlar melhor os presídios e, como houve a liberação desse dinheiro, os presídios serão dotados de equipamentos para melhorar o sistema — destacou Antonio Cavalcante.
SOBE PARA 50 NÚMERO DE RECAPTURADOS
O secretario de Segurança, Sérgio Fontes, disse no começo da tarde que subiu para 50 o números de foragidos recapturados. Segundo o secretário, a expectativa é de que todos os fugitivos sejam recapturados até o fim da semana, principalmente depois que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) divulgou o rosto de 90 dos foragidos.
— Já conseguimos em conjunto com a polícia recapturar 50 e esperamos que até o fim da semana todos sejam recapturados e voltem pra cadeia — disse Sérgio.
Questionado sobre os possíveis nomes que lideraram tanto o massacre, quanto a fuga, Sérgio frisa que prefere aguardar a conclusão das investigações da Polícia Civil.
— Só é possível saber quem são os líderes das facções quando as investigações terminarem, mas já sabemos de alguns que lideraram a rebelião, pois negociamos com eles no domingo e madrugada de segunda. Até o fim da semana, teremos esses nomes e poderemos iniciar então as transferência dos mesmos — destacou o secretário.
O número maior de fugitivos foi do Compaj: 112 detentos Já do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), 72 presos conseguiram fugir. O número total de foragidos chegou a 184.
Sérgio Fontes disse ainda que até o fim desta terça os corpos que já foram identificados serão liberados para os familiares realizarem os procedimentos cabíveis.
— Vamos entregar os corpos aos familiares ainda hoje, conforme eles forem identificados e liberados pelo Instituto Médico Legal — finalizou o secretário.

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