quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

ECONOMIA: Dólar fecha em queda, a R$ 3,219, menor valor desde 9 de novembro

OGLOBO.COM.BR
POR JULIANA GARÇON / ANA PAULA RIBEIRO

Bolsa registra recuo de 0,45% após fortes ganhos na véspera

- Dennis Brack / Bloomberg News

RIO E SÃO PAULO - O dólar comercial segue o mercado externo e opera em queda nesta quarta-feira. A moeda americana fechou em queda de 1,34% ante o real, cotada a R$ 2,219, a menor cotação desde 9 de novembro, quando terminou o pregão a R$ 3,211. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), às 17h02, registrava recuo de 0,45%, aos 61.533 pontos, devolvendo parte dos ganhos da véspera. Ontem, o Ibovespa registrou forte valorização (3,7%), empurrado pela alta do petróleo no mercado internacional, e, hoje, os investidores aproveitam para embolsar os lucros.
— O real ganha com a queda de juros Tesouro americano, que ajuda a enfraquecer o dólar no mundo todo. Além disso, com as incertezas externas, como a chegada de Trump à Casa Branca e as eleições na Alemanha e na França, os investidores acabam trazendo investimentos para o Brasil, ao menos por ora, animados pelo andamento as medidas fiscais — diz Alison Correia, analista da XP Investimentos, destacando que o país vem recebendo, também, fluxos de capitais oriundos de operações de aquisições por empresas estrangeiras no Brasil.
A divisa perde força em escala global. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mostra a variação do dólar frente a uma cesta de dez moedas, tem recuo de 0,59%.
Os investidores também estão de olho na divulgação da ata do Comitê de Política Econômica do Federal Reserve (Fomc), do banco central americano (Fed), que divulgou o documento há pouco e traz maiores justificativas para a elevação de juros para a faixa entre 0,5% e 0,75% na última reunião.

BOLSA DEVOLVE GANHOS
Após a alta do pregão de terça-feira, os investidores aproveitam para ajustar as suas posições e as ações mais negociadas operam em queda. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras estão estáveis, a R$ 15,50, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) têm variação negativa de 0,91%, a R$ 17,42.
As ações da estatal caem mesmo com a alta do preço do petróleo no mercado internacional. O do tipo Brent, referência para o mercado brasileiro, sobe 1,69%, a US$ 56,41. Nesta quarta-feira, os agentes de mercado observam as informações vindas da Petrobras, aguardando um possível anúncio de elevação nos preços dos combustíveis.
— O mercado está com um pouco mais de volume desde ontem, mas ainda mais baixo que a média. Depois da alta de ontem, o que vemos hoje são realizações de lucro — avaliou Rafael Ohmachi, analista Guide Investimentos.
As ações da mineradora Vale também operam em queda, após alta superior a 5% ontem. As PNs perdem 2,23% e as ONs, 1,94%. O minério de ferro caiu 0,85% hoje e acumula desvalorização de 2,05% nos últimos cinco dias.
A maior queda, no entanto, é registrada no segmento de papel e celulose. Por serem setores exportadores, as receitas dessas empresas são prejudicadas pela desvalorização do dólar. No caso da Fibria, o recuo é de 2,96%. Suzano registra queda de 2,48% e os papéis da Klabin caem 3,30%.
Entre as altas, destaque para a siderúrgica Usiminas. As ações registram alta de 5,12%, com a expectativa de que a empresa irá aumentar o preço dos aços longos, utilizados majoritariamente pela indústria automobilística e linha branca.
No exterior, as bolsas americanas operam em alta. O Dow Jones sobe 0,24% e o S&P 500 registra valorização de 0,52%. Na Europa, os principais índices fecharam perto da estabilidade, apesar dos dados que mostraram alta da inflação em dezembro e atividade empresarial encerrando 2016 no ritmo mais rápido em cinco anos e meio. O Dax, de Frankfurt, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, fecharam estáveis. O FTSE 100, de Londres, teve leve alta de 0,17%.
Na região, a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou alta a 54,4 em dezembro ante 53,9 em novembro, contra medição preliminar de 53,9 e no nível mais alto desde maio de 2011. Por sua vez, a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, mostrou que os preços nos 19 países que usam o euro subiram 1,1% na comparação anual no mês passado.
Na Ásia, o índice Nikkei, de Tóquio, fechou com alta de 2,51%, ainda surfando no otimismo que se espalhou ontem nos mercados. Na China, o índice composto de Xangai subiu 0,73%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou queda de 0,07%. Na Coréia, o índice Kospi subiu 0,08%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 registrou valorização de 0,06%.

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