terça-feira, 29 de novembro de 2016

TRAGÉDIA: Emergência em A320 pode ter forçado voltas do avião da Chapecoense

FOLHA.COM
EDUARDO GERAQUE
FABRÍCIO LOBEL
DE SÃO PAULO

A declaração do estado de emergência em uma aeronave Airbus sobre Medellín logo antes da queda do avião da Chapecoense pode ajudar a explicar o acidente que matou 71, na madrugada desta terça-feira (29).
Instantes antes da queda da aeronave Avro RJ85 que transportava o time da Chapecoense, um Airbus da Viva Colômbia havia declarado emergência em seu voo e solicitado para a torre de Madellín a prioridade para descer no aeroporto da cidade.
O avião da empresa colombiana havia saído da capital Bogotá em direção a San Andres, uma ilha no Caribe. Não se sabe ainda o motivo que fez a tripulação desviar a rota e pousar em Medellín.
O Airbus conseguiu pousar em segurança, mas pode ter ajudado a forçar que o avião da Chapecoense rodasse no entorno de Medellín à espera de autorização para o pouso. O sistema de monitoramento FlightRadar, mostra que as duas aeronaves passaram praticamente pelo mesmo ponto em um mesmo horário.
A simples espera do avião da Chapecoense em pleno voo por si só não é perigoso. Existem procedimentos padrões para que uma aeronave voe em círculos enquanto aguarda liberação da pista.
Segundo o FlightRadar, o piloto que levava o time brasileiro cumpriu este procedimento, mas inexplicavelmente, perdeu altitude e caiu em uma área montanhosa.
No meio da aviação especula-se se a capacidade de combustível da aeronave era suficiente para cumprir o trajeto entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia.
Informações ainda preliminares apontam que os tanques de combustível da aeronave dão conta para uma viagem entre as duas cidades sem muita folga. Ou seja, é possível que a aeronave tenha tido problemas com a quantidade de combustível.
As verdadeiras causas do acidente devem ser conhecidas após o fim das investigações, que podem durar meses.
Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. O time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o 
A informação foi inicialmente divulgada pelo general José Acevedo Ossa, membro da polícia local e responsável pelo resgate, e foi posteriormente confirmada pelo prefeito de Medellín Federico Guitiérrez Zuluaga. Contudo, as autoridades colombianas ainda não localizaram todos os corpos –podem haver sobreviventes sob os destroços.
O voo da empresa Lamia, proveniente da Bolívia, transportava 9 tripulantes e 68 passageiros. Ao menos 22 jornalistas de Fox Sports, Globo, RBS e rádios estavam no voo. As autoridades colombianas informaram que havia seis sobreviventes.
São eles: o jornalista Rafael Henzel, da rádio Oeste Capital, os jogadores Alan Luciano Ruschel, Jackson Ragnar Follmann, Hélio Hermito Zampier Neto, e dois tripulantes Ximena Suárez e Erwin Tumiri. Eles foram encaminhados para hospitais da região, alguns em estado grave.
O goleiro da Chapecoense, Marcos Danilo Padilha, que havia sido resgato com vida, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. A morte de Padilha foi confirmada por um porta-voz do time catarinense.
ACIDENTE
O acidente ocorreu quando a aeronave se aproximava de Medellín, no noroeste da Colômbia, segundo fontes oficiais. Por volta das 22h (horário local), a aeronave contatou a torre de controle da Aeronáutica Civil para informar que estava em emergência devido a falhas elétricas, entre as cidades de Ceja e Unión.
Segundo o aeroporto José María Córdova, na cidade de Rionegro, onde a aeronave iria pousar, o acidente ocorreu em Cerro Gordo, no departamento de Antioquia. O acesso ao local, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, é feito apenas por terra, devido às más condições meteorológicas.
"Parece que o avião ficou sem combustível", disse Elkin Ospina, prefeito da cidade de La Ceja, vizinho do local do acidente. Segundo o funcionário, as autoridades já estão no local e os centros médicos se preparam para atender os feridos.

A Aeronáutica Civil colombiana afirmou em comunicado que instalou um posto no aeroporto José María Córdova para gerenciar a situação. A prefeitura de Rionegro, pediu para a população evitar ir ao local do acidente e deixar as vias livres para facilitar o resgate das vítimas.
O diretor da Aeronáutica Civil Alfredo Bocanegra disse em entrevista à Telemedellín, canal local, que pediu para todos os envolvidos no resgate permanecerem nas buscas. "Nessas próximas horas é preciso um esforço sobre-humano. Uma só vida, vale a pena", disse, sobre o processo de resgate.

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