segunda-feira, 10 de outubro de 2016

POLÍTICA: ‘Estamos cortando na carne’, diz Temer a deputados em jantar

OGLOBO.COM.BR
POR SIMONE IGLESIAS, EDUARDO BRESCIANI E CATARINA ALENCASTRO

Presidente ressaltou que ação contra PEC de gastos ‘não pode ser admitida’

Presidente Michel Temer durante jantar com a base aliada no Paláico da Alvorada - Divulgação

BRASÍLIA - Como parte do esforço do governo pela aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC), o presidente Michel Temer recebeu a base aliada para um jantar na noite deste domingo no Palácio da Alvorada.
Além dos deputados, estiveram presentes no jantar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ministros do governo Temer, como Eliseu Padilha (Casa Civil), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Blairo Maggi (Agricultura) e Alexandre de Moraes (Justiça). Michel e a mulher, Marcela Temer, receberam os convidados na entrada do Palácio.
Ao discursar no jantar, Temer mostrou muito incômodo com reações corporativas contra a PEC que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos. Na última sexta-feira, a PGR apresentou uma nota técnica contra a proposta porque ela ofende a autonomia dos poderes.
— Estamos cortando na carne. Todo o qualquer movimento ou ação corporativa que possa tisnar (manchar) a PEC do teto não pode ser admitida — ressaltou Temer.
Segundo o presidente, a aprovação da matéria significará uma vitória para toda a classe política:
— Estamos fazendo História até o último dia do nosso governo e lá vamos erguer as mãos e dizer que salvamos o Brasil.
Ao deixar o jantar, Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) deu declarações no mesmo tom do discurso de Temer:
— O Judiciário brasileiro tem a absoluta noção da responsabilidade histórica desse momento que vivemos. Tenho convicção inabalável que não vão ser ações corporativas que vão atrapalhar a necessidade de fazermos um ajuste fiscal no país — afirmou o ministro.
Depois de ouvir do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) pedido para que os deputados cheguem à Câmara nesta segunda-feira às 10h30m, Temer pediu que cheguem um pouco mais cedo, às 10h. Argumentou que votação nominal é rápida e importante. O presidente também alertou sua tropa a não sair do plenário.
O líder do governo, André Moura (PSC-SE), disse que independentemente do jantar deste domingo, o governo e os partidos aliados já têm expectativa de abrir a sessão para votar a PEC do teto com quórum de ao menos 300 deputados.
— A base está comprometida com a aprovação desta matéria. Ela traz vantagens para o país. Teremos 350 votos em um viés de alta. Esta PEC não é do governo nem da situação, é de todos nós brasileiros — disse Moura, ao chegar ao Alvorada às 19h30 para participar do jantar.
‘KIT OBSTRUÇÃO’
O líder afirmou que à tarde, na conversa com Temer, os aliados falaram sobre o “kit obstrução” que está sendo montado pelos partidos de oposição para tentar impedir a aprovação da matéria e as estratégias para conseguir votar a PEC ainda nesta segunda-feira.
Segundo Moura, a expectativa é de votar depois da PEC, na noite de segunda-feira, o projeto da repatriação.
Ao ser votada pela Câmara em primeiro turno, nesta segunda, os deputados votarão o segundo turno da matéria dias 24 e 25 deste mês.
Até as 20h40m, haviam chegado ao jantar 269 pessoas: 205 congressistas; 33 ministros e assessores especiais; e 31 mulheres de deputados.

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