sexta-feira, 2 de setembro de 2016

POLÍTICA: Enquanto PT sofre diminuição na verba para eleições deste ano, governistas lideram em receita

FOLHA.COM
ANDRÉ MONTEIRO
ARTUR RODRIGUES
DE SÃO PAULO

Fotomontagem 
O presidente Michel Temer (PMDB) e candidatos do partido no Rio, Pedro Paulo, e em São Paulo, Marta Suplicy

Candidatos de partidos que formam a base aliada do governo Michel Temer (PMDB) lideram a arrecadação nas eleições deste ano, de acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Atingido pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela Operação Lava Jato, o PT foi o que mais arrecadou em 2012 mas viu suas receitas de campanha despencarem e caiu agora para a sétima colocação, proporcionalmente.
Os dados tabulados pela Folha correspondem a informações financeiras entregues ao TSE até o último dia 31.
No novo status quo, o PMDB é o partido com mais receita entre os postulantes a prefeito e vereador, com cerca de R$ 44 milhões. Em relação a 2012, a fatia continua na mesma faixa do total.
Em seguida vem o PSDB, que voltou ao governo federal após 14 anos. Os candidatos da sigla arrecadaram R$ 35 milhões –com quase 12% em ambas campanhas.
A fatia do PP, ex-aliado do PT, foi a que mais cresceu.
Os candidatos da sigla que comanda a pasta da Saúde no governo Temer arrecadaram R$ 26 milhões até agora. Em quatro anos, foram de 5,4% para 7,8% da receita total.
Em 2012, os petistas conseguiram 15% dos recursos. Agora, com R$ 19,9 milhões, estão com menos de 6% do total e caíram para o sétimo lugar –atrás de siglas menores, como PSD, PSB e PDT, os primeiros com ministros no governo do peemedebista.
O levantamento considera a receita declarada diretamente pelo comitê dos candidatos. A arrecadação também pode ser feita pelos partidos –que decidem depois a quem distribuir a verba. Por este critério, a sigla que lidera é o PRB, que arrecadou R$ 6 milhões, 15% do total.
OPCIONAL
Além da receita, o PT também encolheu 43% no número de candidaturas, ao passar de 41.756 (2012) para 23.893 (2016), enquanto outros grandes partidos permaneceram com quantidade parecida.
Em São Paulo, onde o prefeito Fernando Haddad (PT) tenta a reeleição, a legenda adota discurso de que a quantidade menor de candidatos a vereador é uma opção. "O PT optou por ter quantidade de candidatos menor, mas priorizar e ampliar o apoio a eles", afirma Paulo Fiorilo, presidente municipal do PT.
Fernando Cavalcanti/Flickr Haddad 
O atual prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Fernando Haddad em caminhada na Parada de Taipas

Sobre as verbas, ele admite o "momento delicado", mas afirma que parte da diferença em relação a outras legendas se deve à menor utilização do fundo partidário nas campanhas –com o dinheiro, o PT afirma desenvolver atividades como manter a Fundação Perseu Abramo.
Outra aposta do partido, que são as doações pela internet, ainda estão empacadas por questões burocráticas, afirma o dirigente.
Segundo a assessoria de imprensa da secretaria nacional de finanças do PT, a orientação que vem sendo dada aos candidatos é que busquem realizar campanhas mais baratas e criativas, apoiadas principalmente na força da militância. O partido quer priorizar formas de arrecadação como campanhas de doação e eventos.
Para o cientista político Carlos Pereira, da FGV, a menor a arrecadação é um prenúncio do provável encolhimento do partido e reflete a situação nacional. "O PMDB é o governo agora, vai atrair recurso. O PT sai como derrotado, e manchado."
O cientista político Milton Lahuerta, da Unesp, afirma, porém, que o impeachment pode acabar motivando a militância. "Essa diminuição da arrecadação terá impacto, mas é provável que o PT transforme as eleições num espaço de engajamento".
Felipe Gabriel/Projetor/Folhapress 
O presidente do diretório municipal do PT, Paulo Fiorilo

RECURSOS PRÓPRIOS
Com o fim das doações de empresas, a maior parte dos recursos veio do bolso dos próprios candidatos. Até agora, isso representa mais da metade do total, enquanto na eleição de 2012 foi de 24%.
As doações pela internet também não decolaram. De acordo com o TSE, representam R$ 201 mil, menos de 1% da receita arrecadada pelos candidatos até o momento.

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