terça-feira, 13 de setembro de 2016

LAVA-JATO: MPF diz que depoimento de Léo Pinheiro é desnecessário

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO

Ex-presidente da OAS depõe às 13h30 ao juiz Sergio Moro

Ex-presidente da OAS Léo Pinheiro retornou à prisão no último dia 5 - Paulo Lisboa / Brazil Photo Press

SÃO PAULO - A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba considerou desnecessário o interrogatório que será realizado no início da tarde desta terça-feira pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, em petição encaminhada à Justiça. Os procuradores argumentaram que, "ao juízo da acusação", a denúncia feita à Justiça já foi "robustamente corroborada" pelas provas colhidas durante a investigação, mas não se opuseram à realização do depoimento por considerar que é um meio de defesa do réu.
Léo Pinheiro deve depor nesta terça-feira, a partir de 13h30, ao juiz Sérgio Moro. Até agora, o empresário se manteve em silêncio na ação, no qual é acusado de corrupção ativa por ter pago ao então senador Gim Argello para que a CMPI da Petrobras não convocasse representantes de empreiteiras para depor. A decisão de Pinheiro de romper o silêncio foi tomada um dia depois de ele ser preso, no último dia 5, por determinação de Moro.
Pinheiro teria contado com a ajuda do lobista Júlio Camargo, que se tornou delator da Lava-Jato. Gim Argello confirmou ter sido procurado pelo empresário e se reunido com ele, mas afirmou que os valores recebidos de empreiteiras nas eleições de 2014 foram colaboração para a campanha e não estavam vinculados aos trabalhos da CPMI.
A defesa de Léo Pinheiro pediu o novo interrogatório do empresário alegando que ele pretende colaborar com o esclarecimento dos fatos. O primeiro interrogatório feito por Moro ocorreu dois dias depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter anunciado o fim das negociações para delação premiada do empresário. Janot alegou que houve vazamento de informações.
Léo Pinheiro, segundo reportagem da revista Veja, teria se disposto a dar informações relacionadas ao ex-presidente Lula, ao ministro José Serra e ao senador Aécio Neves. Uma reportagem da revista, que afirmou que o ministro Dias Toffoli havia sido mencionado na delação de Pinheiro, foi o estopim para a decisão de Janot.
O ex-presidente da OAS foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão e a pena dele pode ser aumentada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Ele pode ser ainda o primeiro dirigente de empreiteira a começar a cumprir a pena caso o Supremo Tribunal Federal mantenha o entendimento que todas as penas devem começar a ser cumpridas a partir da decisão de segunda instância - no caso, a decisão do TRF4.

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