quarta-feira, 14 de setembro de 2016

LAVA-JATO: MP denuncia Lula, Marisa Letícia e mais 6 pessoas no caso do tríplex do Guarujá

OGLOBO.COM.BR
POR CLEIDE CARVALHO, ENVIADA ESPECIAL

Força-tarefa suspeita que imóvel seja uma forma de pagamento de vantagem indevida

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - MIGUEL SCHINCARIOL / AFP (9/9/2016)

CURITIBA — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher dele, dona Marisa Letícia, e mais seis pessoas foram denunciadas nesta quarta-feira por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do edifício Solaris, no Guarujá. A informação foi antecipada pela GloboNews. Os procuradores responsáveis pela investigação marcaram uma coletiva às 15h para falar com a imprensa sobre o caso. A denúncia será encaminhada à 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro.
Também foram denunciados o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, e os ex-diretores da OAS Paulo Gordilho (responsável pela compra de móveis planejados para a cozinha do apartamento), Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.
Em sua página no Facebook, Lula reagiu à denúncia, dizendo que tornou públicos em janeiro o documentos que provariam que ele não é dono do tríplex de Guarujá. O comunicado reiterou a versão de que Lula esteve apenas uma vez no apartamento, na época em que avaliava uma possível compra do imóvel. "Jamais foi proprietário dele (o triplex) ou sequer dormiu uma noite no suposto apartamento que a Lava-Jato desesperadamente tenta atribuir ao ex-presidente", diz a nota. A publicação foi acompanhada de um link para uma matéria do Instituto Lula, com os documentos que supostamente provariam a inocência do petista.
A assessoria de imprensa da OAS informou nesta quarta-feira que não ia se manifestar sobre a denúncia. O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, informou que "no momento oportuno todos os esclarecimentos serão prestados às autoridades competentes".
O Ministério Público investigou se o imóvel e as reformas de R$ 1 milhão feitas nele foram uma forma de pagamento de vantagem indevida a Lula pela OAS, uma das construtoras que participaram do cartel da Petrobras. Entre 2007 e 2012, a OAS fechou mais de R$ 7 bilhões em contratos com a estatal. O ex-presidente também era suspeito de tentar ocultar o patrimônio.
“Há indícios de que, como constatado em relação a outros agentes públicos e políticos já denunciados no âmbito da denominada Operação Lava-Jato, empreiteira participante do cartel defraudador de licitações da Petrobras, OAS, entregou vantagem indevida por meio de manutenção dissimulada de propriedade e de pagamento de reforma de imóvel”, diz a força-tarefa da Lava-Jato em no pedido de busca e apreensão feito no imóvel este ano.
Lula já é réu em processo da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, por tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na estatal. Também respondem à Justiça no mesmo processo o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai.
O ex-presidente também é investigado pela compra do sítio de Atibaia, reformado com ajuda de outra empreiteira envolvida no esquema, a Odebrecht.



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