sexta-feira, 6 de março de 2015

MUNDO: Unasul apela a países da região para ajudarem Venezuela com alimentos

OGLOBO.COM.BR
POR O GLOBO / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Comissão de chanceleres vai se reunir com Conselho Eleitoral e opositores
Secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper (centro), ao lado de chanceleres de Brasil, Colômbia, Venezuela e Equador, em Caracas - JUAN BARRETO / AFP
CARACAS — Após uma reunião com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o secretário-geral daUnião da Nações Sul Americanas (Unasul), Ernesto Samper, que viajou a Caracas acompanhado de três chanceleres do órgão, afirmou que a delegação se reunirá com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e o Ministério Público do país numa tentativa de garantir que o país tenha eleições “pacíficas e democráticas”, e fez um apelo para que os países do continente ajudem a reverter a escassez de alimentos na Venezuela.
— Convocamos os países da Unasul a ajudar a fortalecer a produção e a distribuição de alimentos no país — declarou Samper após uma reunião com chanceleres de Colômbia, Equador, Brasil e Venezuela. — A ideia é que todos os países possam apoiar a distribuição para que os produtos básicos, sem exceção cheguem à Venezuela. Trabalharemos com as autoridades locais para fortalecer as cadeias de distribuição de nossos países reforçando também as cadeias venezuelanas.
Samper afirmou que, em concordância com os princípios constitutivos da Unasul, as nações sul-americanas defendem “a preservação dos direitos humanos, da defesa da democracia e da região como uma zona de paz”.
— Examinamos a conjuntura eleitoral atual da Venezuela e acreditamos que é fundamental que as próximas eleições sejam realizadas sem problemas no país. Esse é o melhor cenário para que as dificuldades sejam confrontadas e as polêmicas sejam resolvidas — afirmou Samper. — Pedimos que as diferenças se expressem, através do processo democrático, de maneira pacífica e dentro da lei. Essa é nossa principal mensagem.
Nicolás Maduro em reunião com Ernesto Samper, secretário-geral da Unasul, nesta sexta-feira: mediação do órgão quer ajudar em processo de paz - Presidência da Venezuela
A comissão chegou nesta sexta-feira a Caracas na tentativa de mediar um diálogo entre o governo e a oposição. Os ministros de Relações Exteriores de Brasil, Colômbia e Equador conversam com o presidente Nicolás Maduro e líderes opositores, em um momento em que o país enfrenta uma grave crise econômica e política.
— Não há possibilidade alguma de a Unasul dar aval a uma ruptura no processo democrático — disse Ernesto Samper, secretário-geral da Unasul, à Telesur. — Espero que sejamos capazes de fazer um grande acordo social para levar o país adiante, mas através da lei.
Samper participa das reuniões acompanhado pelo brasileiro Mauro Vieira, pela colombiana María Ángela Holguín, e pelo equatoriano Ricardo Patiño.
O grupo chega ao país num momento em que grupos de defesa dos direitos humanos denunciam prisões políticas e semanas após o governo afirmar ter desarticulado um plano de golpe de Estado envolvendo militares e opositores que contariam com o apoio dos Estados Unidos.
Maduro elogiou a visita da comissão da Unasul. Já o secretário-geral da aliança opositora Jesús “Chuo” Torrealba disse que há expectativa em relação à reunião, mas revelou cautela diante dos poucos avanços obtidos na visita do ano passado.
A deputada opositora destituída María Corina Machado criticou a Unasul pela ausência de representantes "legítimos" nas reuniões, como os políticos presos Leopoldo López e Antonio Ledezma
"Reitero o que disse há um ano, e que agora foi posto em questão pelo secretário-geral da OEA. Para iniciarmos o diálogo, o governo precisa libertar os presos políticos. O diálogo, que é indispensável numa democracia e será o fio condutor da transição, tem que se dar entre cidadãos e representantes legítimos dos distintos setores da sociedade", escreveu pelo Twitter.
O governo e a aliança opositora iniciaram em abril de 2014 um processo de aproximação por iniciativa da Unasul. O processo, no entanto, foi suspenso um mês depois sem alcançar avanços para superar as tensões geradas pelos violentos protestos do início do ano passado.

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