sexta-feira, 6 de março de 2015

CASO PETROBRÁS: Juiz manda ouvir doleiro da Lava Jato outra vez

ESTADAO.COM.BR
DO Blog de FAUSTO MACEDO

REDAÇÃO
Por Mateus Coutinho

Sérgio Moro atendeu pedido da defesa de Alberto Youssef
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal no Paraná, determinou uma nova audiência para ouvir o doleiro Alberto Youssef no final de março. A decisão atende ao pedido da própria defesa de Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato, que afirmou ter interesse em falar perante o juiz novamente “para que esse órgão julgador possa sentenciar os eventos (supostamente) delitivos da maneira mais justa e correta”, afirmou o advogado de Youssef no pedido.
Ao acatar o pedido, o juiz lembrou que o doleiro é o único preso nesta ação penal, na qual Youssef é acusado de liderar uma quadrilha que evadiu cerca de US$ 500 milhões entre 2009 e 2013. Durante as audiências desta ação, ocorridas no ano passado, o doleiro ficou em silêncio, pois estava negociando o acordo de delação com o Ministério Público Federal, que ainda não tinha sido homologado.
“Tendo em vista que houve o fato novo, da celebração do acordo de colaboração premiada, o disposto no artigo 196 do CPP, e que o único acusado preso em virtude deste processo é o próprio acusado requerente, defiro o pedido formulado pela defesa”, afirma Moro em seu despacho. Como o processo já havia concluído a fase de alegações finais, quando são apresentados os últimos argumentos da defesa e da acusação antes da sentença do juiz, Moro decidiu dar direito aos outros réus também prestarem novos depoimentos, se tiverem interesse.
Foto: Geraldo Magela/Estadão – 30.01.2006
Após o interrogatório, o juiz ainda vai permitir que os réus e o Ministério Público Federal complementem as alegações finais que já foram apresentadas.Atualmente, Youssef está preso em caráter preventivo e poderá ficar no máximo cinco anos presos como parte das 23 cláusulas de seu acordo firmado com o Ministério Público Federal, que prevê ainda que ele devolva suas propriedades e participações que possui em empresas. Além disso, caso sua condenação nas ações penais nas quais já é réu ou nas que ainda possam surgir contra ele somem 30 anos de prisão, todos os processos e inquéritos policiais que ainda tramitarem contra ele serão suspensos por um período de dez anos.
Evasão. O pedido de nova audiência foi encaminhado na ação penal em que Youssef é acusado de liderar uma quadrilha que evadiu cerca de US$ 500 milhões entre 2009 e 2013 por meio de importações fictícias com base em contratos de câmbio firmado por empresas de fachada. Dentre as empresas utilizadas para evadir o dinheiro estão a Labogen e a Piroquímica, do também réu da Lava Jato Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro do doleiro.
De acordo com a denúncia, a quantia foi enviada para offshores no exterior controladas pelos réus e as transações envolveram empresas e/ou bancos na China, Coreia, Canadá, Formosa/Taiwan, Taiwan, Índia, Uruguai, Estados Unidos, Itália, Hong Kong, Ucrânia, Bélgica, Liechtenstein e Costa Rica. Além disso, a denúncia acusa o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como laranja do Youssef, e o doleiro pela lavagem de dinheiro com a compra de um imóvel avaliado em R$ 3,7 milhões.

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