quarta-feira, 4 de março de 2015

ECONOMIA: Em novo dia de alta, dólar chega a R$ 2,97

ESTADAO.COM.BR
O ESTADO DE S. PAULO

Moeda americana não chegava a este patamar desde agosto de 2004; mercado reage aos sinais de maior dificuldade e possível atraso na aprovação do ajuste fiscal

Alta do dólar
Fechamento do dólar nos últimos 30 dias
Fechamento09/0211/0213/0219/0223/0225/0227/0203/0332.952.92.852.82.752.7
Depois de encerrar a sessão desta terça-feira em R$ 2,919, o dólar abriu em forte alta nesta quarta-feira, 4. Às 10h15, a moeda americana tinha valorização de 1,58%, cotada a R$ 2,965. Na máxima do dia, a moeda atingiu R$ 2,974. A cotação não chegava este patamar desde 23 de agosto de 2004, quando o dólar chegou a bater a marca de R$ 2,978 na máxima daquele dia. 
No ano, o dólar sobe mais de 11% e em 12 meses, mais de 26%. Há um mês, a moeda era negociada no patamar de R$ 2,75.
Algumas preocupações rondam o mercado nesta quarta-feira. Os sinais de maior dificuldade e possível atraso para a aprovação do ajuste fiscal pretendido pelo governo no Congresso Nacional deterioram as expectativas nos mercados. Também pesa a desconfiança de que o governo poderá suspender ou alterar as condições do programa de swap cambial a partir de 1º de abril. Ou seja, o Banco Central suspenderia as atuações no mercado para tentar conter o grande avanço da moeda americana. 
A apresentação da lista do procurador geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal - que incluiria os nomes dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, entre os políticos supostamente envolvidos nos esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato da Polícia Federal - já desencadeou reações negativas em Brasília, que elevam a cautela nos mercados. Calheiros não foi ao jantar oferecido ao PMDB pela presidente Dilma Rousseff na segunda-feira à noite, e na terça-feira o presidente do Senado também devolveu ao Executivo a medida provisória que reverte a desoneração da folha de pagamento das empresas
O governo foi rápido e já enviou ontem mesmo ao Senado um projeto de lei, com urgência constitucional, com o mesmo teor da MP. No entanto, a apreciação dessa matéria deve ser mais lenta e tende a retardar a adoção das medidas de ajuste fiscal, o que pode comprometer o cumprimento da meta de ajuste de 1,2% do PIB do País. 
O risco político é um dos pontos que serão avaliados, juntamente com as incertezas na economia, pelas agência de classificação de risco. Os representantes da agência Standard & Poor's desembarcam nesta quarta-feira, 4, em Brasília e já têm agendados vários encontros com integrantes da equipe econômica, nos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Na terça-feira, 3, a agência Fitch Ratings, que deve chegar ao País no próximo dia 16, avaliou em relatório que cortar despesas neste ano será algo "desafiador" para o Estados brasileiros do ponto de vista político e após gastarem em excesso em 2014 com as eleições. A Fitch previu ainda que as margens operacionais de muitos Estados vão se deteriorar no curto prazo.
Na agenda interna, o IBGE informou que a produção industrial subiu 2,0% em janeiro ante dezembro, na série com ajuste sazonal. O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas, mas em relação a janeiro de 2014 a produção da indústria brasileira caiu 5,2%. Em 12 meses até janeiro, a produção industrial nacional acumula queda de 3,5%.

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