sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ELEIÇÕES: Marina sobre plano de candidatos: "cuidado, assinar cheque em branco é perigoso"

JB.COM.BR

Candidata à Presidência disse, no Rio, que propostas de concorrentes são genéricas
Em meio aos ataques dos seus dois principais adversários, a candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, se diz animada, motivada e mobilizada para ganhar as eleições e fazer as mudanças necessárias para o desenvolvimento brasileiro. A presidenciável disse em um evento da Firjan, no Centro do Rio de Janeiro, que vai investir no passe livre para a mobilidade urbana, destinar os 10% do PIB na educação e saúde, avançar em infraestrutura e com os programas do pré-sal.
Marina Silva
"Querem nos obrigar a dizer que renunciamos os investimentos estratégicos do futuro. Não podemos fazer isso", rebateu Marina, com relação aos comentários de que o pré-sal não tinha destaque no seu programa. Marina voltou a reafirmar que a sua base governamental será formada pelos "melhores dos partidos", para ter uma governabilidade programável. Marina considerou que nas eleições está em jogo a escolha de um presidente com base em um plano programático ou em promessas e diretrizes genéricas, destacando que os seus dois principais adversários, a presidente Dilma Rousseff e o ex-governador Aécio Neves, ainda não apresentaram as suas propostas. "Mas repetem que leram minuciosamente o nosso plano, parágrafo por parágrafo, vírgula por vírgula. Estão preocupados com as nossas ideias, mas não apresentam as suas [plano de governo] para que a gente possa fazer o mesmo com relação aos compromissos deles", disse. A candidata usou, novamente, de criatividade para responder aos ataques dos seus concorrentes: "cuidado, assinar cheque em branco é perigoso".
A candidata voltou a comentar sobre a reforma que pretende fazer no país, visando o seu crescimento e sente que a sociedade está a seu favor, por se identificar com as propostas de mudança e por um temor da atual crise monetária e financeira brasileiras. Marina enfatizou que não tem preconceito de dialogar com os segmentos sociais, o que tem feito intensamente durante a sua campanha, com o objetivo de unir o Brasil. Em um discurso sobre o significado da palavra elite, a postulante disse que elite se define pelas práticas democráticas e altruístas, capaz de se comprometer com os interesses públicos, citando nomes de grandes lideranças e personalidades que ela considera nesse perfil. "O Chico Mendes era elite desse país. O Davi Yanomami é elite desse país. Neca Setubal, por mais que esteja sendo satanizada, por ser uma pessoa que tem dinheiro, é elite desse pais, porque é preocupada com a educação, com tecnologia, com inovação. É quem tem pensamento estratégico". 
O atual momento, na análise da candidata do PSB, é de reflexão das questões específicas de determinados setores. No caso da indústria, Marina disse que há muita apreensão, com um quadro de fraco crescimento, perdendo postos de emprego, em função da falta de uma visão estratégia do governo, que favorece um ambiente onde nem todos pode exercitar o desejo de empreender. Ela destacou pontos do seu plano que trata do assunto, porém criticou a atitude dos seus adversários, que usaram o documento como instrumento de ataque à sua candidatura e para questionar a sua competência. "Hoje tem esse instrumento fundamental da transparência [o plano de governo], da visão democrática da política, como principal meio que os adversários usam para combater a ferro e fogo quem está ousando se eleger como base em um programa e não em cima de vagas promessas", criticou.
Segundo Marina, a sua aliança dela com Beto Albuquerque tem como polo estabilizador o programa de governo, que foi produzido a partir de debates com a sociedade. A presidenciável defendeu uma renovação da política nacional, que está para ela "estagnada" e ameaça a acabar com a estabilidade econômica. Atualmente, os intrumentos da política macroeconômica, a responsabilidade fiscal, a autonomia do Banco Central e o controle da inflação devem ser tratados através de medidas a longo prazo, não por prazos apertados 'por aqueles que querem continuar no poder'. "A autonomia do Banco Central é para isso", destacou.
Analisando o ambiente político, a candidata acredita que o embate costuma chegar, em todas as eleições, a um nível que cria uma barreira a discussão sobre educação, saúde, segurança pública, infraestrutura, para que o país readquira instituições públicas a serviço dos brasileiros, ao invés de servir apenas aos interesses de grupos "mesquinhos" que "querem um pedaço do Estado para chamar de seu". A senadora relembrou que no passado, havia uma "guerra" entre aqueles que queriam privatizar contra os que eram a favor da estatização. "Engraçado, quem se elegeu dizendo que queria proteger as estatais, vejam como está o Banco do Brasil e a Caixa Econômica. Vejam como está a Petrobras, vejam como está a Eletrobras. É o discurso pelo discurso, desassociado da prática", classificou a candidata.
No campo do desenvolvimento, Marina relembrou as promessas da atual gestão na época em que se elegeu, na garantia que o país iria crescer nas quatro últimos anos e a inflação se manteria sob controle e de que os juros seriam baixos. "O país teve um crescimento pífio, a inflação já ultrapassou o teto da meta e estamos em uma situação delicada", disparou Marina. A candidata citou promessas que também não foram cumpridas em outros segmentos, como a construção das creches que não atingiu a meta estabelecida.
A nova política anunciada por Marina tem como alicerce a preservação dos programas em andamento na gestão atual, que deve ser entendidos como ganhos institucionalizados, mesmo que tenha um marco referencial da sua existência. Marina citou a democracia, como feito grandioso que não teve a sua autoria reivindicada, mas uma realização de todos os democratas do Brasil, de diferentes partidos e segmentos - "inclusive de alguns militares, que dentro do sistema ajudaram a fazer a transição democrática, pessoas boas, honestas e competentes existe em todos os lugares". 
Para Marina, disputar as eleições desse ano está difícil, mas ela está buscando inspirações em lideres mundiais que, no seu conceito, são exemplo de determinação, apesar de terem sofrido injustiças. A candidata citou os nomes de Mandela, Mahatma Gandhi, Luther King, para dizer que vai prosseguir na sua campanha eleitoral e não vai desistir do Brasil, nem se render aos "que querem ganhar no boato, na calúnia e na desconstrução".

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