terça-feira, 13 de maio de 2014

VIOLÊNCIA: Polícia remete à Justiça inquérito sobre a morte de Bernardo

De OGLOBO.COM.BR
FLÁVIO ILHA

O documento reúne provas pouco comuns, como a bicicleta utilizada pelo garoto; segundo a polícia, madrasta planejou a morte
PORTO ALEGRE - O inquérito que investigou as circunstâncias da morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi entregue na manhã desta terça-feira à Justiça de Três Passos, no Rio Grande do Sul. O documento foi protocolado no Fórum da cidade às 10h45m, tem 11 volumes com cerca de 2 mil páginas e reúne provas materiais pouco comuns, como a bicicleta utilizada pelo garoto.
As conclusões foram entregues por dois agentes da Polícia Civil. À tarde, a delegada Caroline Bamberg Machado, que chefia as investigações, fará uma apresentação das conclusões principais do inquérito, com os indiciamentos sugeridos aos quatro suspeitos presos.
Bernardo foi morto no dia 4 de abril em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de onde moravacom o pai, a madrasta e uma meia-irmã de um ano e meio. O corpo foi encontrado dez dias depois em uma cova rasa no interior do município. Ele foi vítima de uma injeção letal de tranquilizantes.
Segundo a polícia, a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, premeditou a morte e teve a ajuda de uma amiga, Edelvânia Wirganovicz. Em depoimento, as duas suspeitas inocentaram o pai de Bernardo, Leandro Boldrini, de participação no crime. Graciele confessou ter dado tranquilizantes ao garoto, mas disse que a morte foi acidental. Entretanto a polícia sustenta que o pai de Bernardo foi conivente com o assassinato. Os três suspeitos, presos há um mês, devem ser indiciados por homicídio doloso.
O irmão de Edelvânia, preso no último sábado suspeito de também ter participado do crime, não deve responder por homicídio. Segundo a Polícia, Evandro Wirganovicz teria sido visto por uma testemunha dois dias antes no local onde Bernardo foi enterrado. Os investigadores acreditam que Evandro ajudou a abrir a cova usada para ocultar a vítima. Graciele e Edelvânia deverão ser indiciadas por homicídio qualificado.
Alguns laudos bioquímicos de amostras do corpo de Bernardo e do local onde ele foi encontrado produzidos pelo Instituto Geral de Perícias do Estado (IGP) não foram entregues à delegada Caroline Bamberg Machado. Mesmo assim, ela garantiu o final da investigação.
A convicção de que Leandro participou ativamente da morte do filho surgiu das escutas telefônicas interceptadas pela Polícia com autorização judicial. Conversas entre parentes dos suspeitos indicam que poderia ter havido uma combinação para inocentar Leandro.
Pela manhã, cerca de 200 pessoas fizeram uma passeata da praça central de Três Passos até a sede do Fórum para pedir Justiça a Bernardo. Estudantes, donas de casa e moradores de cidades vizinhas participaram do ato com cartazes pedindo punição aos suspeitos. A manifestação foi pacífica.

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