terça-feira, 2 de setembro de 2014

CIDADE: Restrição de trânsito da Barra causa polêmica; entenda

A TARDE.COM.BR
Yuri Silva

Joá Souza | Ag. A TARDE | 10.8.2014
Diante das reclamações, secretário alega que "andar faz parte da prática turística"
Elogiada por moradores e frequentadores, a revitalização da orla da Barra tem causado polêmica entre a prefeitura e hoteleiros do local.
Enquanto os donos de hotéis localizados nas áreas restritas a carros de moradores reclamam de um suposto prejuízo, o secretário de Desenvolvimento, Cultura e Turismo, Guilherme Bellintani, argumenta que uma "nova cultura" é implantada.
De um lado, os empresários alegam que turistas e demais hóspedes têm desistido das estadas ao saber que táxis e ônibus não passam pelo local. Já pela prefeitura, Bellintani afirma que "andar faz parte da prática turística".
O secretário compara o que está sendo implementado na Barra ao que ocorre em grandes cidades do mundo, como Veneza (Itália), onde não entra carro. "Em Veneza andamos arrastando malas pelas ruas", compara o gestor.
"A situação é desagradável. Quando está chovendo, o hóspede vem arrastando as malas debaixo d'água", relata o funcionário Cezinando Cortes, do hotel Porto da Barra, um dos três estabelecimentos ouvidos por A TARDE.
Conforme Cortes, as reservas estariam diminuindo, assim como aconteceu durante as obras, e "preocupando o proprietário do estabelecimento".
No hotel Barra Mar, o gerente, Firmino Matias, também reclama da restrição de fluxo de veículos. Segundo ele, "o momento é difícil", pois a expectativa era de uma alta na ocupação após as intervenções no bairro.
"Durante a estada, os hóspedes precisam andar para pegar o táxi e conhecer a cidade. Isso faz eles desistirem. Quem vive do comércio sai prejudicado", afirma.
Melhora
Matias espera melhora no fluxo em novembro, quando o movimento costuma aumentar. "Mas, se não acabar com essa restrição, nem alta estação vai ter", teme.
Mas, segundo Guilherme Bellintani, apenas dois hotéis passam pela dificuldade citada: um na região do Porto da Barra e outro na avenida Oceânica. "Não tenho notícia sobre queda de ocupação. Ao contrário, os principais hotéis do bairro estão usando a obra como atrativo", afirma.
Para o secretário, os hoteleiros precisam explorar a nova Barra como diferencial. "Não tenho o que fazer se o turista não quer andar 15 metros. Nesse caso, ele tem que procurar outra cidade", aconselha o gestor.
A Associação dos Moradores e Amigos da Barra (AMA Barra) enviou à prefeitura, ontem, uma sugestão referente ao trânsito do bairro da orla. Segundo a arquiteta e urbanista Regina Martinelli, presidente da AMA Barra, a entidade propõe que o trânsito no local seja liberado em dias úteis e restrito a moradores apenas nos finais de semana.
Associação pede acesso em dias úteis, prefeitura rejeita ideia
Conforme a presidente, o resultado das recentes intervenções no bairro são positivas. “Virou uma grande praça pública, encontramos as pessoas, está muito agradável a nova Barra”, diz. “Mas o trânsito está ruim”.
No entanto, do lado da prefeitura, o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, descarta acatar a sugestão ou quaisquer mudanças.
A urbanista alega que moradores estão reclamando do excessivo de fluxo de veículos nas ruas transversais do bairro. “As ruas internas não têm estrutura para receber esse fluxo todo”, considera Regina Martinelli.
Segurança
Sobre a polêmica envolvendo a prefeitura e os hotéis, ela afirma que não haveria transtornos com a locomoção a pé, caso o bairro possuísse segurança maior.
“Há lugares em que se anda muito para chegar aos hotéis”, relata, citando as ilhas Gregas como exemplo. “Mas há segurança”, diz.

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