segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SEGURANÇA: Advogado de tatuador diz que já sabe a identidade do homem que acionou rojão

De OGLOBO.COM.BR

Marcelo Freixo nega envolvimento com ativistas
Deputado diz que advogado de tatuador defendeu miliciano
Fábio Raposo Barbosa: ele admitiu ter passado o rojão para o homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade Simone Marinho / Agência O Globo
RIO - O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende o tatuador Fábio Raposo, disse, em entrevista à CBN na manhã desta segunda-feira, que já sabe a identidade do ativista que acionou o rojão que atingiu a cabeça do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade durante uma manifestação no Centro. Jonas Nunes, que não quis revelar o nome do rapaz, disse que levará o nome para o delegado Maurício Luciano de Almeida, titular da 17ª DP (São Cristóvão), ainda nesta manhã.
— Quando eu fiquei sozinho com Fábio, ele me deu a indicação de uma pessoa que iria me dar a identidade do rapaz que acendeu o rojão. Eu já tenho o nome do rapaz e a identificação civil dele, mas só vou entregar para as autoridades — disse o advogado.
Ainda segundo o advogado, seu cliente disse que o rojão foi achado e que ele só conhece o autor do disparo de manifestações. Eles não foram ao ato com a intenção de usar o artefato.
— Foi apenas um inconsequência, uma negligência — afirmou o advogado.
Apesar de não ter tido contato com o rapaz que acendeu o rojão, Jonas Tadeu Nunes falou com uma pessoa próxima ao suspeito, mas não quis revelar o nome do interlocutor.
— Ele está muito abalado e com medo, já até pensou em suicídio — disse.
O advogado do tatuador contou ainda que está tentando convencer o manifestante a se entregar.
De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Raposo foi transferido, na manhã desta segunda-feira, para o Presídio Bandeira Estampa, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Ele foi indiciado por tentativa de homicídios e explosão e busca se beneficiar da delação premiada.
Freixo nega envolvimento com ativistas
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que acabou tendo o seu nome ligado à investigação sobre o rojão atirado por ativista que feriu gravemente o cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, nega envolvimento com ativistas. Em uma ligação de celular atendida pelo estagiário do advogado, a ativista Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, oferecia apoio jurídico ao tatuador Fábio Raposo, que está preso acusado de ter passado o rojão para o ativista que acionou o artefato.
— É inacreditável que não se apure antes de fazer uma denúncia no século XXI. Sou radicalmente contra qualquer ação violenta, seja de quem for, do estado ou de manifestantes — disse. — É muito estranho. O delegado não ouviu a conversa. Ela foi relatada apenas pelo advogado do rapaz. Sininho também negou tenha feito qualquer ligação do homem que atirou o rojão comigo.
Segundo Freixo, o advogado Jonas Tadeu Nunes defendeu o miliciano e ex-deputado estadual Natalino José Guimarães, que foi citado na CPI das Milícias:
— Ele é o mesmo advogado que defendeu o Natalino, quando eu era o presidente da CPI das Milícias. Isso requer um pouco de cuidado. Concretamente o que há? Nada. Eu mais do que ninguém quero saber quem jogou o rojão. É uma declaração estapafúrdia, mas tudo isso será esclarecido.
Sobre o telefonema feito por Sininho, Marcelo Freixo disse que o número do seu celular, que é o mesmo há vários anos, é conhecido por todos.
— É um número que todos conhecem e precisam acionar a Comissão de Direitos Humanos — explicou.
O deputado estadual do PSOL também contou que sua equipe esteve no Hospital Souza Aguiar na noite em que o cinegrafista foi atingido. De acordo com ele, Santiago já trabalhou com sua esposa e é uma “pessoa querida”.
Neste domingo, Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, escreveu em seu perfil no Facebook que iria dar apoio jurídico ao tatuador Fábio Raposo.
“Ligamos para a irmã e a mãe do Fox (Fábio), oferecendo suporte no que precisar, a mãe de Fox passou o telefone do Marcelo, estagiário do advogado Jonas Tadeu Nunes. Logo depois da ligação com a mãe, falamos com o deputado Marcelo Freixo, já que ele é da comissão de Direitos Humanos, também tentamos ligar para outras pessoas de direitos humanos”.
Segundo relato de Elisa no Facebook, ela pediu ajuda ao deputado Marcelo Freixo para que nada acontecesse fisicamente com Fábio, e em seguida, também pediu apoio ao advogado.

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