segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ECONOMIA: Fundos de ações para endinheirados rendem até 57,60% neste ano

De OGLOBO.COM.BR
Daniel Haidar

Mas operam com grande risco e só aceitam quem tenha pelo menos R$ 300 mil investidos
RIO   —   Fundos  de  ações  para   investidores   mais   endinheirados  ou  pessoas   jurídicas ofereceram rendimento de até 57,60% neste  ano  (até  julho)  segundo  levantamento  do  site www.comdinheiro.com.br.  No  mesmo  período,  a   caderneta  de  poupança  rendeu   3,31%, fundos  de  ações  livres  renderam  em   média   6,83%   e  o  Ibovespa,  referência  da  Bolsa brasileira, acumulou perda de 1,16%. Esses fundos correm  mais  risco  de perdas e, além de aplicar em ações, também recorrem a derivativos  de  juros e opções  de  ações.  Só  aceitam dinheiro de investidores qualificados, ou seja,  que  comprovem  ter  aplicados pelo menos R$ 300 mil em quaisquer produtos do mercado financeiro.

O fundo Total Return da gestora paulista Advis Investimentos teve o maior ganho da categoria em 2012, com rendimento acumulado de 57,60% para os cotistas entre o fim do ano passado e o fim de julho deste ano. Mas fechou temporariamente a captação de novos cotistas na última segunda- feira e diz que só voltará a aceitar novos investidores em alguns meses. Antes disso, interessados precisavam aplicar pelo menos R$ 20 mil para entrar no fundo, além, claro, de ter comprovado que são investidores qualificados.
— A lógica do mercado é que se crescer muito, pode perder agilidade. Nós estamos longe de perder a agilidade. Mas queremos mostrar que conseguimos manter o padrão de rentabilidade com o patrimônio que temos — explica Júlio Marote, sócio-responsável pela gestão de ações na Advis.
Para chegar a esse rendimento, o Advis Total Return apostou no primeiro semestre na queda das ações da siderúrgica Usiminas e na redução da taxa básica de juros da economia (Selic), o que de fato aconteceu. Também selecionou ações como Anhanguera ON e Cemig ON, que subiram respectivamente 45,04% e 58,88% até o fim de julho.
— Ações de fornecedoras de commodities (mercadorias negociadas internacionalmente) tiveram destaque negativo e só apostamos na queda delas, o que fez muita diferença. Conseguimos escolher empresas que tinham mesmo potencial de valorização — diz Marote.
Com investimento mínimo de R$ 300 mil para novos cotistas, o fundo de ações da gestora Brasil Capital rendeu 35,49% até o fim de julho. Os ganhos vieram da valorização de ações mais ligadas ao setor doméstico, porque apostaram no início do ano que a economia iria desacelerar no primeiro semestre. Foi o que de fato ocorreu.
— Acabamos priorizando neste ano empresas ligadas aos setores de educação, infraestrutura e saúde, como Brasil Pharma e Hypermarcas — afirma Ary Zanetta, sócio-gestor da Brasil Capital.
Outro fundo para clientes mais abastados, que rendeu 31,52% até o fim de julho, foi o Vinci Gas Lotus, da gestora Vinci Partners, de Gilberto Sayão, ex-sócio do banco Pactual. Para entrar no fundo, é preciso aportar pelo menos R$ 100 mil. Mario Campos, gestor de renda variável da Vinci, diz que antes de fazer um investimento é aceitável divergir do consenso do mercado e confiar em análises próprias.
— Teve ação que caiu mais de 10% depois que compramos. Não investimos na Bolsa, mas em boas empresas — diz Campos.
Mas, claro, como sempre advertem as boas gestoras, ganho passado não é garantia de rendimento futuro. Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama, lembra que o investidor não deve se basear somente na rentabilidade ao decidir aplicar recursos. Os interessados devem pesquisar o histórico de rentabilidade dos fundos e a estratégia dos gestores.
— Mesmo com ganho elevado, ação sempre tem risco. Se acontecer algo grave na Europa, a boa rentabilidade pode ir embora. Tem muita gente que fica perseguindo as estrelas e está sempre no lugar errado — diz Sandra, especialista em pesquisar fundos de investimento.

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