segunda-feira, 28 de maio de 2012

COMENTÁRIO: Perdeu o jeito?

Por PAULO MASCARENHAS

Corre aos quatro ventos a notícia de que o ex-Presidente da República Lula da Silva teria se encontrado com o Ministro do STF Gilmar Mendes para tentar adiar o julgamento do mensalão.
O imbróglio traz consigo uma série de equívocos por parte de todos os supostos envolvidos, a saber: ao ex-Ministro da Justiça e do STF Nélson Jobim teria sido reservado um papel menor, que não lustra a sua biografia, ao contrário, que a apequena na medida em que ele teria servido de intermediário, de "menino de recados" do ex-Presidente Lula, ao convidar o Ministro Gilmar Mendes para uma reunião em seu apartamento; o Ministro Gilmar Mendes, por seu lado, não poderia aceitar tal convite, porque sabia, ou deveria saber, o que Lula iria propor. Ministro do STF tem Gabinete e é lá que ele deve atender qualquer pessoa, inclusive ex-Presidente da República e ex-Ministro do STF; o Lula, ah! o Lula, este perdeu a prática de fazer política ou então, o que é pior, continua a se achar "o cara", aquele a quem todos devem obediência e respeito, dentro e fora do seu partido, o PT.
Com efeito, o Lula teria começado a conversa, após os rapapés de estilo, insinuando da inconveniência do julgamento do Processo do Mensalão ainda este ano. Inconveniência para ele e para os seus, é bem verdade, haja vista que o resultado do julgamento poderá interferir e contaminar as eleições de 2012 para Prefeitos em todo o país. Não tendo obtido êxito nas suas insinuações, teria ele apelado para o "jogo bruto", qual seja a proposta de "blindagem" do Ministro Gilmar Mendes na CPMI do Cachoeira, onde ele, Lula, afirma ter o controle. É que o Ministro Gilmar Mendes era (ou é) amigo do hoje demonizado Demóstenes Torres, e com ele e respectivas esposas teria viajado para o exterior. Lula teria chegado a insinuar que as despesas dos quatro viajantes teriam sido pagas por Carlinhos Cachoeira. Ora, se isso não é chantagem o que seria mesmo? Fala-se que o Ministro Gilmar Mendes teria recusado a proposta de Lula e dito que viajou com seus próprios recursos, e que ele, Lula, ficasse à vontade com a "sua" CPI, retirando-se do recinto da "reunião". Errou, mais uma vez, sua excelência o Ministro Gilmar Mendes. Agora, ao não representar contra o ex-Presidente junto ao Procurador Geral da República para que este adotasse as medidas legais contra o ex-Presidente Lula. Ao omitir-se apequenou-se.
O ex-Presidente Lula parece meio perdido fora do poder real. Com sua influencia cada vez menor junto à Presidente Dilma Roussef busca manter-se na "crista da onda" com jogadas políticas aqui e acolá, muitas delas fadadas ao insucesso, como a candidatura de Fernando Haddad a Prefeito de São Paulo - a manterem-se os resultados das pesquisas de opinião - , e, principalmente com relação à CPMI do Cachoeira.
Sim, porque a CPMI do Cachoeira foi "idealizada" por Lula como um contra-ponto ao julgamento do Mensalão. Pensava ele atingir, como de fato atingiu, o Governador Marcone Perilo que mantinha ligações no mínimo "perigosas" com o Carlinhos Cachoeira. Mas uma CPI, como na frase atribuída a Ulisses Guimarães, todos sabemos como começa, mas ninguém sabe como termina. Resultado, tem petistas e aliados do PMDB envolvidos até a medula com os negócios do investigado. Até mesmo o governo federal poderá ser envolvido, a depender da quebra do sigilo bancário e do exame mais acurado dos contratos firmados com a Construtora Delta, detentora da maioria das obras do PAC, nascido no seu governo e mantido pelo atual.
É, o Lula não está com uma mira política muito boa. Deveria voltar a se afastar para cuidar da sua saúde e, depois, voltar a proferir as suas milionárias palestras pelo país afora.

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