sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CORRUPÇÃO: Ex-piloto de motovelocidade disse em depoimento à PF que pagou R$ 40 mil em propina a Israel Guerra

De O GLOBO
Jailton de Carvalho
BRASÍLIA - O ex-piloto de motovelocidade Luís Corsini afirmou na quinta-feira, em depoimento à Polícia Federal, que pagou R$ 40 mil a Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, para obter um patrocínio de R$ 200 mil da Eletrobras em 2008. Numa das acusações mais contudentes contra a ex-ministra, Corsini disse ainda que, se não fosse a ajuda de Israel, não teria recebido a ajuda. Em 2007, o mesmo pedido de patrocínio foi rejeitado pela Eletrobras. Israel e Erenice Guerra estão sendo investigados por tráfico de influência na Casa Civil .
A ex-ministra foi exonerada do cargo no início do escândalo. No final de setembro, ela deixou o conselho de administração da estatal. (Leia também: MTA terá de pagar multa aos Correios )
- Foi tudo falado sobre esse governo corrupto. Eu paguei os R$ 40 mil para ele (Israel Guerra). Eu só consegui o patrocínio porque aquele f.d.p. entrou no circuito - disse Corsini ao GLOBO depois do depoimento ao delegado Ruberval Vicalvi.
O ex-piloto disse que pagou a "taxa de sucesso" de Israel em três parcelas. A primeira, de R$ 9 mil, teria sido paga com um cheque assinado pelo presidente da Federação Brasiliense de Motociclismo do Distrito Federal. O dinheiro era parte do patrocínio que recebeu da Eletrobrás por intermédio da federação. Corsini diz que fez o pagamento em agosto de 2008 e, logo em seguida, desembolsou mais R$ 11 mil em espécie. O ex-piloto sustenta ainda que dois meses depois pagou, quando saiu a segunda parte do patrocínio, pagou mais R$ 20 mil à Israel.
" Repassei o dinheiro ao vivo e a cores ao Israel na minha casa"
.- Repassei o dinheiro ao vivo e a cores ao Israel na minha casa. Ele foi lá num Golf preto e estava com um medo danado da mãe aparecer na imprensa - sustenta Corsini.
O piloto conta que, no início de 2008, pediu, sem sucesso, um patrocínio de R$ 200 mil à Eletrobras. O quadro só mudou depois que contratou os serviços de Israel por intermédio de um amigo comum, identificado apenas como Ralf. O filho da ex-ministra teria negociado o acordo na casa de Corsini. Uma semana depois, a Eletrobras aprovou a proposta rejeitada anteriormente. Ano passado, depois que rompeu com Israel, o pedido de patrocínio foi rejeitado. Segundo o ex-piloto Erenice teria intercedido contra ele.
- Ela ligou para a Eletrobras e pediu para o Astrogildo, diretor da área financeira, suspender o patrocínio porque eu estava com câncer terminal.
O ex-piloto disse que se desentendeu com Israel porque o filho da ex-ministra exigia pagamento à vista da taxa de sucesso. Ele alega que só tinha condições de liberar a propina de forma parcelada. Ele disse que soube da suposta ligação de Erenice para a Eletrobras por meio de uma funcionária da estatal. Corsini disse que era uma pessoa da área técnica e que não se lembrava do nome dela.

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