quarta-feira, 26 de agosto de 2009

POLÍTICA: Aliança com PTB: PMDB ganha primeira batalha contra estratégia do governo de isolar Geddel

Do POLÍTICA LIVRE

Por Raul Monteiro

Primeira e bem-sucedida contraofensiva do PMDB com relação à estratégia do governo de isolar a candidatura do ministro da Integração Nacional à sucessão de Jaques Wagner, o fechamento do apoio, ontem à tarde, do PTB ao peemedebista Geddel Vieira Lima (
ver nota) pode ser considerado também a primeira revanche da legenda frente a anos de maus tratos por parte de petistas e governistas.
Depois de atuar rapidamente no sentido de preencher os espaços vagos com a saída do PMDB da administração, conseguindo comprometer em meio a acordos eleitorais o PP e o PDT, para os quais contou com intervenções nacionais políticas e institucionais, o governo havia montado um plano para atrair, em seguida, o PTB e o PSC, com o qual a negociação estaria em estado avançado, com chances inclusive de resultado favorável a Wagner.
Dificuldades de relacionamento que remontam à época da campanha de Jaques Wagner (PT) ao Palácio de Ondina e que se aprofundaram na sucessão municipal do ano passado em vários municípios onde petebistas se confrontaram com petistas acabaram, entretanto, comprometendo irremediavelmente a possibilidade de um entendimento com o governo e a cúpula baiana do PTB, representada por Jonival Lucas Jr. e o ex-deputado federal Benito Gama.
Nem a oferta de cargos importantes ao partido, a exemplo das secretarias da Indústria e Comércio e da Integração Regional, ocupada por um petebista tido como da cota pessoal do governador, Edmon Lucas - por coincidência, tio de Jonival -, e até da chefia de Gabinete do governo, foram suficientes para fazer o PTB mudar seu conceito com relação ao governo Wagner.
“O PTB só foi procurado depois do rompimento do governo com Geddel. O ex-deputado Benito Gama, por exemplo, não conseguia ser recebido por Jaques Wagner há quase três anos”, disse há pouco uma fonte do partido ao Política Livre, acrescentando ainda uma avaliação de caráter administrativo desairosa sobre o governo. “O que se faria numa secretaria dessas num governo em que não mais acreditamos do ponto de vista da gestão?”, completou.
Embora os petebistas estejam na administração do peemedebista João Henrique - seu vice, Edvaldo Brito, e o filho dele, o secretário municipal Toni Brito (Trabalho e Ação Social), pertencem ao PTB, e Benito Gama ocupa uma diretoria da Sudene, indicado por Geddel, como parte do acordo pelo apoio da legenda à reeleição de João Henrique em 2008 -, nada impediria que pudessem agora ter sido seduzidos para uma aproximação política e eleitoral com Wagner.
Seria, na prática, situação levemente semelhante à do PP, que também integrou a aliança para eleger o prefeito e abocanhou a secretaria municipal de Obras, a qual manteve mesmo depois de abraçar-se agora mais fortemente com Wagner. Apesar de pequeno, o PTB, entretanto, aproveitou a oportunidade para mandar de público seu recado de desprezo pelo governo, num momento em que todos os sinais apontavam para a desidratação profunda da candidatura do ministro, acusado de não ter sequer nomes para compor sua chapa.
Se são verdadeiras as informações de que o PMDB pode, a partir da consolidação definitiva da relação com o PTB, fechar também o apoio do PR, presidido na Bahia pelo senador César Borges, candidatíssimo à reeleição, o quadro radicalmente desfavorável à candidatura do ministro desde o rompimento com o governo, há pouco mais de 15 dias, ganha, pelo menos, um sinal de novos contornos. Pode-se dizer: simbólico alento, ainda que pequenino.

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