sexta-feira, 25 de novembro de 2016

ECONOMIA: Crise política faz dólar subir quase 1% e Bolsa recua 0,79%

OGLOBO.COM.BR
POR ANDREA FREITAS

Moeda chegou a R$ 3,469; Interferência de Temer em caso Geddel preocupa mercado

- Tomohiro Ohsumi / Bloomberg/9-7-2014

RIO E SÃO PAULO - A crise política envolvendo o ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima está refletindo na cotação do dólar na manhã desta sexta-feira. O envolvimento direto do presidente Michel Temer no caso gerou preocupação e faz a moeda americana disparar frente ao real. A divisa operava, às 10h35, cotada a R$ 3,426, valorização de 0,91%. Já o Ibovespa, principal indicador do mercado de ações local, registrava recuo de 0,79%, aos 60.908 pontos.
Na máxima, a divisa já chegou a R$ 3,469. Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio Treviso Corretora, afirma que o estrago é efeito da gravação da conversa do então ministro da Cultura Marcelo Calero com o presidente Temer, que teria saído em defesa de Geddel no caso envolvendo um imóvel em Salvador com a construção embargada pelo Iphan.
— É a crise política que faz o mercado se proteger no dólar. A forte alta é efeito desse ruído político que já faz temer até mesmo um impeachment. É como uma briga de dois filhos em que o pai acaba se alvoroçando. E isso é ruim. Temer geralmente fica de fora e incomoda o fato de interferir em favor de Geddel — afirmou.
Galhardo ressalta que, normalmente, quando há um feriado prolongado nos Estados Unidos, como o Dia de Ação de Graças, o mercado cambial brasileiro opera sem rumo. Ontem, no entanto, embora a moeda americana tenha encerrado os negócios a R$ 3,395, com ligeira alta de 0,05%, ficou pressionada a maior parte do pregão. Neste sexta-feira, opera na contramão do mercado externo. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, recuo 0,26%.
— O Banco Central avaliou que sua participação tinha se esgotado (com a suspensão da oferta de dólares no mercado), tirando a pressão do mercado. Mesmo assim, a moeda se manteve acima de R$ 3,40 e acabou fechando perto disso.
BOLSA EM QUEDA
A crise política no governo Temer também concentra as atenções dos operadores do mercado de renda variável. “O problema cresce com essas últimas divulgações e se junta a delação da Odebrecht como foco de preocupação do governo”, afirmou, em relatório a clientes, os analistas da Yeld Capital.
Contribui para a queda do Ibovespa o desempenho das ações da Petrobras. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal recuam 2,31%, cotados a R$ 15,22, e os ordinários (ONs, com direito a voto) caem 1,36%, a R$ 17,32. No exterior, o barril do tipo Brent recua 1,20%, a US$ 48,41.
Também registram forte queda os papéis do setor bancário, de maior peso na composição do índice. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco caem, respectivamente, 0,88% e 1,25%. No caso do Banco do Brasil, o recuo é de 1,19%.

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