quarta-feira, 16 de novembro de 2016

MUNDO: Eleito, Trump deve ter dificuldade de preencher cargos no novo governo

FOLHA.COM
MARCELO NINIO, DE WASHINGTON

Rejeitado durante a campanha pelo próprio partido e por um grande número de especialistas, da política externa à economia, Donald Trump tem agora sua chance de se vingar do repúdio, ao nomear mais de 4 mil cargos no novo governo que comandará a partir de 20 de janeiro.
Mas também terá que superar obstáculos para preencher os cargos com nomes qualificados, preveem especialistas, já que muitos preferem não servir num governo comandado por alguém com experiência política zero.

Mary Altaffer - 20.jul.2016/Associated Press

As dificuldades devem ser maiores em áreas sensíveis, como segurança nacional e política externa, sobre as quais Trump ventilou ideias que se chocam com posições há muito mantidas como consenso entre os dois partidos.
Para Ronald Granieri, do Instituto de Pesquisa em Política Externa, um dos problemas é a que a equipe de transição de Trump começou tarde e é pequena demais para a missão. Granieri acha que isso vá tornar difícil ocupar os cargos a tempo com nomes de alto calibre.
Além disso, muitos não se curvaram às posições de Trump após sua vitória.
"Há um sério debate entre especialistas em política externa de inclinação republicana se é mais importante manter a rejeição a Trump ou colocar sua expertise a serviço do país", disse à Folha. "Mas uma questão ainda maior é se Trump estará abertos a pessoas que não o apoiaram. Seu histórico é de premiar a lealdade."
Dos 4.000 postos no governo federal que o presidente eleito terá que preencher, cerca de mil precisam de aprovação do Senado, o que o forçará a buscar algum tipo de consenso para sedimentar a reconciliação com seu partido e com a oposição. Eles incluem membros do gabinete, diretores de agências federais e embaixadores.
A tendência em manter membros de sua família próximos a ele no governo, depois de ter desempenhado um papel proeminente na campanha, também pode despertar resistência.
A valorização da lealdade também atrai quem já nem é mais tão próximo assim de Trump, como a ex-mulher Ivana, que já disse estar de olho no posto de embaixadora na República Tcheca.
"É de onde eu sou, falo o idioma e todos me conhecem lá", disse ao jornal "New York Post" a mãe dos três filhos mais velhos de Trump.
QUEM É QUEM NA TRANSIÇÃO DO GOVERNO TRUMP
Mike Pence
Vice-presidente eleito, foi nomeado chefe da transição no lugar de Chris Christie, cuja escolha foi criticada devido ao envolvimento deste em um escândalo político em Nova Jersey
Steve Bannon
Escolhido para ser estrategista-chefe do futuro governo, comanda um site ligado à "direita alternativa", o Breitbart News, conhecido por posições racistas e extremistas
Mike Rogers
Republicano respeitado, cuidaria dos assuntos de segurança nacional na transição, mas pediu para sair da equipe nesta terça (15)
CARGOS-CHAVE NO GOVERNO TRUMP
Secretário de Estado
Cargo equivalente ao de chanceler. O ex-prefeito Rudy Giuliani é o mais cotado para a posição. John Bolton, que foi embaixador dos EUA na ONU no governo de George W. Bush, também é uma possibilidade
Secretário do Tesouro
Cargo similar ao de ministro da Fazenda. Os executivos Steven Mnuchin e Thomas Barrack Jr. são cotados, além do ex-governador do Minnesota Tim Pawlenty
Secretário de Defesa
Os senadores republicanos Kelly Ayotte e Jeff Sessions são cotados, além de Stephen J. Hadley, que foi assessor de George W. Bush
Outros cargos
O presidente eleito tem que indicar funcionários para ao menos 1581 cargos na administração federal, dos quais 1217 são sujeitos a aprovação pelo Senado

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