OGLOBO.COM.BR
POR CLEIDE CARVALHO
Mulher de Cunha dirá ao juiz que conta foi aberta na Suíça por sugestão do ex-presidente da Câmara

Carro com Cláudia Cruz chega à Justiça Federal de Curitiba - Paulo Lisboa/Agência O Globo
SÃO PAULO — Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou às 13h45m ao prédio da Justiça Federal de Curitiba, onde vai depor ao juiz Sérgio Moro. A jornalista é acusada de lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal. Os procuradores afirmam que Cláudia mantinha uma conta secreta na Suíça, denominada Kopek, que recebeu US$ 165 mil oriundos de propina de um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin, na África.
A defesa alega que Cláudia Cruz não sabia a origem do dinheiro e que não tentou ocultar qualquer valor, pois a conta foi aberta em nome dela, tem o seu endereço e o dinheiro foi usado para pagar faturas de cartões de crédito que também são de sua titularidade.
Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, a jornalista deverá repetir o que já disse em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, em abril passado. Cláudia Cruz afirmou que a conta na Suíça foi aberta por sugestão de Eduardo Cunha, para custeio dos filhos no exterior, e que foi ele quem levou os formulários para que ela assinasse. Disse ainda que a conta era abastecida por Cunha e que ela não sabia sequer o saldo.
A jornalista afirmou também que ela perguntava a Cunha se podia fazer compras de luxo e ele autorizava. Relatou que não tinha ideia de quanto o marido ganhava, mas revelou que ele tinha ganhos no mercado financeiro e empresarial.
O advogado argumenta que o simples fato de não declarar a conta na Suíça à Receita Federal no Brasil não configura lavagem de dinheiro, mas apenas evasão de divisas.
A defesa sustentou em documento apresentado à Justiça que os recursos que abasteceram a conta e os valores não eram altos o suficiente para chamar a atenção da jornalista e fazer com que ela questionasse o marido. Em sete anos, segundo a defesa, a conta recebeu US$ 1 milhão, o que significa US$ 11 mil por mês. “Não se quer, com isso, afirmar que são valores ínfimos, mas apenas conferir aos fatos sua real dimensão e demonstrar que as transferências não eram absurdas a ponto de exigir uma tomada de contas de seu marido, para que ele explicasse a origem”, diz o documento da defesa.
ÚLTIMAS DE BRASIL
Advogado de Lula na ONU diz que acusações contra ex-presidente na Lava-Jato são ‘ridículas’
Moro e Janot aceitam convite de Renan para discutir abuso de autoridade
Advogado de Dilma, Cardozo trabalhará para Prefeitura de SP na gestão Doria
STF pode adotar recurso para barrar supersalários
Cláudia Cruz agora é investigada por gastos com cartão no Brasil
Moro decide que julgará Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha
Justiça proíbe Cláudia Cruz de repatriar recursos do exterior
Cláudia Cruz e filhos visitam Cunha em Curitiba
Comentários:
Postar um comentário