quarta-feira, 16 de novembro de 2016

LAVA-JATO: Cláudia Cruz chega para depor a Moro em Curitiba

OGLOBO.COM.BR
POR CLEIDE CARVALHO

Mulher de Cunha dirá ao juiz que conta foi aberta na Suíça por sugestão do ex-presidente da Câmara

Carro com Cláudia Cruz chega à Justiça Federal de Curitiba - Paulo Lisboa/Agência O Globo

SÃO PAULO — Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou às 13h45m ao prédio da Justiça Federal de Curitiba, onde vai depor ao juiz Sérgio Moro. A jornalista é acusada de lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal. Os procuradores afirmam que Cláudia mantinha uma conta secreta na Suíça, denominada Kopek, que recebeu US$ 165 mil oriundos de propina de um contrato da Petrobras para exploração de petróleo em Benin, na África.
A defesa alega que Cláudia Cruz não sabia a origem do dinheiro e que não tentou ocultar qualquer valor, pois a conta foi aberta em nome dela, tem o seu endereço e o dinheiro foi usado para pagar faturas de cartões de crédito que também são de sua titularidade.
Segundo o advogado Pierpaolo Bottini, a jornalista deverá repetir o que já disse em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, em abril passado. Cláudia Cruz afirmou que a conta na Suíça foi aberta por sugestão de Eduardo Cunha, para custeio dos filhos no exterior, e que foi ele quem levou os formulários para que ela assinasse. Disse ainda que a conta era abastecida por Cunha e que ela não sabia sequer o saldo.
A jornalista afirmou também que ela perguntava a Cunha se podia fazer compras de luxo e ele autorizava. Relatou que não tinha ideia de quanto o marido ganhava, mas revelou que ele tinha ganhos no mercado financeiro e empresarial.
O advogado argumenta que o simples fato de não declarar a conta na Suíça à Receita Federal no Brasil não configura lavagem de dinheiro, mas apenas evasão de divisas.
A defesa sustentou em documento apresentado à Justiça que os recursos que abasteceram a conta e os valores não eram altos o suficiente para chamar a atenção da jornalista e fazer com que ela questionasse o marido. Em sete anos, segundo a defesa, a conta recebeu US$ 1 milhão, o que significa US$ 11 mil por mês. “Não se quer, com isso, afirmar que são valores ínfimos, mas apenas conferir aos fatos sua real dimensão e demonstrar que as transferências não eram absurdas a ponto de exigir uma tomada de contas de seu marido, para que ele explicasse a origem”, diz o documento da defesa.

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