terça-feira, 12 de abril de 2016

IMPEACHMENT: Presidente do PP anuncia saída da base aliada e entrega de cargos

OGLOBO.COM.BR
POR JÚNIA GAMA

Maioria dos deputados se manifestou a favor do impeachmemt de Dilma

Em reunião da bancada, maioria dos deputados do PP declaram apoio ao impeachment da presidente Dilma - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

BRASÍLIA — O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciou nesta terça-feira que o partido deixará o governo formalmente, entregando imediatamente o Ministério da Integração Nacional, comandado por Gilberto Occhi, e a presidência da Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ocupada por Felipe Mendes. A decisão foi anunciada após reunião da bancada do PP na Câmara, em qua a maioria se manifestou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
- É uma decisão que eu não defendia, não vou negar. Eu defendia até o momento de hoje a permanência do partido na base de sustentação da presidente. Mas não me cabe outra alternativa, como seu presidente, que não acatar a decisão. Então hoje, o partido solicita aos seus quadros que pertencem hoje ao governo da presidente Dilma Rousseff a carta de renúncia desse membros. Os dois mais emblemáticos eu já comuniquei, o ministro Gilberto Occhi e o presidente da Codevasf, Felipe Mendes, que têm cargos de extrema confiança do partido. Eu pedi que fizessem suas cartas. E eles prontamente atenderam para que pudessemos remeter e colocar todos os outros cargos à disposição da presidente Dilma, como gesto de grandeza do partido e também de lealdade - justificou.
Nogueira disse que agora buscará a unidade da bancada em apoio ao impeachment, mas que não haverá sanções a quem votar contra.
- Eu não vejo como, se o partido está tomando hoje a decisão de romper com a presidente, nós podemos permanecer com cargos indicados pelo partido. Está tomada a decisão, agora vamos buscar a unidade na votação de domingo. A decisão da bancada da Câmara é que haja a entrega dos cargos, o desembarque do governo. Mas o partido não vai perseguir ou penalizar qualquer pessoa que por ventura divirja dessa decisão da maioria.
Na reunião da bancada do partido - que era o maior da base aliada de Dilma desde a saída do PMDB - 37 dos 47 deputados apoiam o impeachment. Nove deputados votaram contra, e um não se pronunciou.
— Nós, da bancada do PP na Câmara, após extensa reunião, decidimos primeiro pela unidade da bancada e deliberamos uma decisão que sei que é histórica, mas que visa sobretudo a unidade partidária. Vamos sair daqui para o gabinete do presidente do partido para comunicar que a maioria absoluta deliberou pelo encaminhamento no plenário pelo voto sim ao Impeachment — disse o líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).
Aguinaldo Ribeiro defendeu a permanência na base. Mas, argumentou que, caso o partido decida por maioria deixar a base, terá de entregar o Ministério da Integração.
— Não dá para fazer como o PMDB, que desembarcou do governo e continuou com os ministérios — afirmou.
No fim da tarde, o PRB, que também integrava a base de Dilma até meses atrás, inclusive com o comando do Ministério do Esporte, fechou questão a favor do impeachment.
PR REFORÇA VOTO COM O GOVERNO
O PR anunciou, em nota, a indicação do deputado Aelton Freitas (MG), que reafirma a posição da legenda contra o impeachment, mas diz que não há necessidade de fechamento de questão para a votação do processo contra Dilma prevista para o próximo domingo. A bancada, no entanto, está bastante dividida. Contabiliza, pelo menos, 28 votos a favor do impeachment. O movimento do deputado contrariou a Executiva do PR, que defende o apoio à presidente, e agitou outros parlamentares do partido a se rebelarem contra a orientação partidária.
A nota do PR foi distribuída pela assessoria em meio a reunião convocada por Maurício Quintella Lessa (AL) para "dar conforto" aos seus ex-liderados que "queriam votar conforme suas consciências".
— Vim agradecer à bancada, explicar minha posição e dar o máximo de conforto e dizer para ir em frente e votar de acordo com o que manda a consciência. Neste momento histórico não têm que pesar a decisão partidária. Acredito que na bancada a maioria é a favor do impeachment e vou trabalhar para que ela seja respeitada, para que não se feche questão. Eu já avise à direção que uma ordem de cima para baixo racharia o partido — disse Quintella Lessa.
No PMDB, as contas são cada vez menos favoráveis ao governo. Depois que o líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ), anunciou que os deputados estão liberados para votarem conforme suas consciências, as análises internas dão conta de que muitos deverão acompanhar a cúpula do PMDB e apoiar o impeachment de Dilma. A bancada também irá se reunir para firmar uma posição conjunta.

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