quinta-feira, 12 de novembro de 2015

INVESTIGAÇÃO: CPI do BNDES aprova convocação de pecuarista amigo de Lula

OGLOBO.COM.BR
POR CHICO DE GOIS

Banco emprestou R$ 101,5 milhões para empresa de Bumlai que já havia pedido falência

O pecuarista José Carlos Bumlai - Cristiano Mariz / VEJA

BRASÍLIA - A CPI do BNDES aprovou, nesta quinta-feira, a convocação do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram 13 votos favoráveis e três contrários. O requerimento é de autoria do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).
Na semana passada, a oposição tentou aprovar o mesmo requerimento, mas a sessão terminou antes da votação. Bumlai obteve empréstimo de R$ 101,5 milhões do banco, apesar de sua empresa, a São Fernando Energia I, à época, já ter pedido falência. Ainda na semana passada, a CPI aprovou, inclusive com votos de representantes da base governista, a transferência de sigilos da usina São Fernando, de Dourados (MS), de propriedade de Bumlai.
Para emprestar dinheiro à empresa do pecuarista, o banco teria driblado normas internas, que o impedem de emprestar a empresas com pedido de falência na Justiça. O pedido havia sido feito em novembro de 2011, por uma dívida de R$ 532,2 mil.
A São Fernando Energia I foi criada para gerar energia a partir do bagaço de cana. Em 2011, antes de receber o dinheiro do BNDES, ela já acumulava dívidas 9,5 vezes maior do que seu patrimônio líquido.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou na semana passada que o empréstimo concedido pelo banco respeitou as normas do BNDES e ocorreu dentro do procedimento normal. Ao ser questionado se sabia do empréstimo antes da realização do acordo, Coutinho afirmou que o trâmite foi o padrão, passando pela diretoria.
— Como todo empréstimo, o acordo passou pela avaliação das diversas áreas responsáveis dentro doBNDES e pela aprovação da diretoria — disse.
Ontem, Bumlai conseguiu acesso às delações do lobista Fernando Baiano. O juiz Sérgio Moro autorizou o cadastro da defesa de Bumlai ao processo que investiga os pagamentos de propinas intermediado pelo lobista. De acordo com o delator, Bumlai teria pedido propina para pagar dívida de uma nora do ex-presidente Lula e teria intermediado encontros entre executivos da Sete Brasil e o petista.
Além da íntegra da delação, a defesa de Bumlai pediu os desdobramentos, anexos, mídias eletrônicas e quaisquer elementos de provas relacionados à Operação Lava-Jato em que seu nome tenha sido mencionado.

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