sexta-feira, 13 de novembro de 2015

ECONOMIA: Pnad 2014: Desigualdade volta a cair no país, mas sobe no Sudeste

OGLOBO.COM.BR
POR LUCIANNE CARNEIRO

Pesquisa do IBGE mostra que ritmo de crescimento da renda foi menor no ano passado

Prédios em Copacabana com vista para a favela do Cantagalo - Marcos Tristão / O Globo

RIO - A desigualdade no Brasil caiu em 2014 pelo décimo ano seguido, apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2014, realizada pelo IBGE. O índice de Gini, que mede a concentração de renda no trabalho, caiu de 0,495 em 2013 para 0,490 no ano passado, ou 1%. O índice varia entre zero e um: quanto mais perto de zero, menor é a desigualdade. Em 2004, esse índice era de 0,545. Entre 2004 e 2014, o recuo na desigualdade foi de 10,09%.
A realidade na região Sudeste, no entanto, foi diferente. Quando se olha pela renda do trabalho, houve aumento de 0,7% da desigualdade no Sudeste: o índice de Gini passou de 0,475 em 2013 para 0,478 em 2014. Segundo o IBGE, isso ocorreu porque não houve ganho na parcela dos 10% mais pobres da população no Sudeste.
O rendimento do trabalho também continuou a subir no ano passado, embora a um ritmo bem menor que o observado em anos anteriores. A renda avançou 0,8%, de R$ 1.760 em 2013 para R$ 1.774 em 2014 em termos reais, ou seja, já descontando a inflação. Em 2013, o aumento da renda tinha sido de 3,9%. Em 2012, esse ganho foi de de 5,5%, depois de alta de 8,1% em 2011.
As duas outras formas de medir a desigualdade também apontam continuidade da trajetória de queda: a desigualdade de todas as fontes (que inclui renda com pensão, benefícios sociais, renda de aluguel e juros de poupança, por exemplo) e a desigualdade domiciliar (que considera a renda do domicílio). A desigualdade medida para o rendimento de todas as fontes passou de 0,501 em 2013 para 0,497 em 2014.
Fonte: IBGE - Editoria de Arte

— O índice de Gini manteve a tendência de queda, principalmente nos rendimentos mais baixos. Os que ganhavam menos tiveram um incremento maior da renda e os que ganhavam mais tiveram redução — afirmou a gerente do IBGE responsável pela Pnad, Maria Lucia Vieira.
A queda da desigualdade no ano passado é resultado da combinação de alta da renda na população que ganha menos e recuo entre os mais ricos. O rendimento da parcela dos 10% mais ricos da população caiu 0,43%, de R$ 7.185 para R$ 7.154. A queda foi ainda mais expressiva na fatia de 1% mais ricos: de 3,41%, de R$ 21.085 para R$ 20.364. Já a renda dos 10% mais pobres subiu 4%, de R$ 246 para R$ 256.
Fonte: IBGE - Editoria de arte

Ao se observar a renda de trabalho como um todo, no entanto, há continuidade da trajetória de crescimento observada nos últimos anos:
— O rendimento continua crescendo, mas não é tão forte. Aqueles ganhos de rendimento não são mais observados — explicou Maria Lucia Vieira.
A maior desigualdade ainda está no Nordeste (0,501), embora esta seja a região com maior queda na desigualdade entre 2013 e 2014, de 4,4%. Em seguida, foi o Centro-Oeste, com recuo de 3,5%. Ambas as regiões registraram perda de renda entre os 10% mais ricos da população ocupada. O Sul se manteve como a região com menor desigualdade no país, de 0,442.

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