quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ECONOMIA: Meirelles critica retomada da CPMF e aumento da carga tributária

FOLHA.COM
FÁBIO MONTEIRO, DE BRASÍLIA

Ed Ferreira/Brazil Photo Press/Folhapress 
O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles durante encontro da CNI, em Brasília

O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, criticou nesta quarta-feira (11) a proposta de retomada da CPMF, ideia que tem sido defendida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Apesar de ressaltar que não está no lugar das pessoas responsáveis por analisar os gastos, e portanto difícil avaliar outras alternativas, Meirelles fez ressalvas ao tributo. "CPMF não é necessariamente um imposto positivo, no sentido de que existem diversas formas de tributação que são mais produtivas para a economia", disse.
A declaração foi dada logo após uma apresentação para representantes do setor industrial, em evento promovido pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Meirelles também fez críticas com relação à atual carga tributária brasileira.
"Se olharmos a frente, no médio e longo prazos, precisamos discutir a questão da carga tributária no Brasil, sim. Vislumbrar a frente uma queda da carga tributária. A curto prazo, pode haver algum aumento temporário, mas isso precisa ser demonstrado para a sociedade por que é temporário, o que vai acontecer e o que vamos fazer a frente para que venha a cair", afirmou.
A fala de Meirelles foi bem recebida pelo público. Os representantes do setor não têm poupado críticas ao atual ministro da Fazenda. Eles não concordam com a atual condução da política econômica feita pelo governo.

Ernesto Rodrigues - 13.out.2015/Folhapress

O ex-presidente do Banco Central desconversou sobre a possibilidade de assumir o comando do Ministério da Fazenda, especulação que ganhou força nos últimos dias. Ao ser questionado sobre as chances reais de assumir a pasta, ele disse que não comenta especulações.
"Não há convite concreto, e eu não comento especulações ou nenhum tipo de hipótese", declarou o ex-presidente do BC. Ele também preferiu não responder questões sobre a atual política econômica do ministro Joaquim Levy. Meirelles também preferiu não responder perguntas de jornalistas sobre a atual política econômica do governo, por conta do "barulho" em torno de seu nome.
Sobre a relação com a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente do Banco Central disse que sempre manteve uma relação cordial e muito produtiva, desde os tempos que eram colegas de ministério do governo Lula. "Minha experiência [com ela] sempre foi tranquila, com convergência e divergências em pontos de vistas, o que é normal", afirmou.
Meirelles disse ainda que a política monetária pode oscilar dependendo dos cenários econômicos e ter maior ou menor poder na economia, "mas, em ultima análise, é o instrumento que tem mais eficiência no combate a inflação".
ALMOÇO
Mais cedo, Meirelles e Levy almoçaram juntos, na presença também de empresários do setor industrial. Inicialmente, Levy estava programado para fazer uma apresentação na parte da manhã, mas por conta de reuniões com parlamentares para discutir o Orçamento de 2016, ele só chegou ao evento por volta das 12h.
Antes de iniciar sua fala, Levy brincou com o ex-presidente do BC. "Eu gostaria de já deixar avisado que eu concordo com tudo o que ele vai dizer", disse Levy. Em pouco mais de 10 minutos de fala, o ministro da Fazenda voltou a defender o ajuste fiscal e a melhoria dos gastos públicos atuais.

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