segunda-feira, 28 de setembro de 2015

POLÍTICA: Para Aécio, Dilma se entrega a aliados no Congresso

OGLOBO.COM.BR
POR LETICIA FERNANDES

Senador diz que único objetivo de presidente é se manter no poder por ‘mais uma semana’

O presidente do PSDB, Senador Aécio Neves, em reunião do partido no Rio - Domingos Peixoto / Agência O Globo

RIO - O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, disse nesta segunda-feira, em evento do partido no Rio, que a presidente Dilma Rousseff "se entrega aos aliados no Congresso Nacional" com a distribuição de cargos no contexto da reforma ministerial que o governo vem desenhando. O tucano afirmou ainda que a gestão de Dilma está cada vez mais refém da "semana seguinte", com o único objetivo de se manter no poder "por mais uma semana".
— O governo está cada vez mais refém da semana seguinte. A presidente Dilma Rousseff tem como projeto de governo apenas se manter no cargo por mais uma semana — criticou Aécio, repetindo frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que Dilma "não governa, é governada".
Para o senador, com a perda de força de Dilma para negociar com aliados, ela coloca em prática uma reforma distribuindo cargos públicos que visam apenas "angariar mais 20 ou 30 votos" na Câmara. Ele citou o caso do PMDB, que deverá abocanhar o Ministério da Saúde, pasta importante por ter o maior orçamento da Esplanada:
— Lamentavelmente, sem força mais de comandar uma agenda positiva para o país, a presidente se entrega aos seus aliados no Congresso Nacional — afirmou, acrescentando que, segundo ele, o governo vive os seus últimos suspiros e está "de cócoras para o Congresso":
— A presidente está de cócoras para o Congresso Nacional — disse ele. — A entrega do Ministério da Saúde em contrapartida de 20 ou 30 votos na Câmara dos Deputados é a demonstração clara de que a presidente não se coloca mais em condições de governar de forma adequada o país. É triste e lamentável, o governo vive os seus estertores.
Aécio Neves fez questão de se colocar, ao lado do partido, como a "antítese" de "tudo o que está aí". Ele disse também que "não cabe ao PSDB escolher a saída" para a crise que assola o mandato de Dilma, que, segundo ele, pode ser via impeachment, ou mesmo se mantendo no cargo. A posição de Aécio neste caso é mais moderada do que a adotada por alguns tucanos. Sobre as posições divergentes dentro da legenda, afirmou ser "absolutamente natural" que cada dirigente tucano aborde a questão do impeachment com mais ou menos intensidade.
Durante seu discurso no encontro do PSDB do Rio, Aécio citou frase da ex-senadora Marina Silva - criadora da Rede Sustentabilidade e sua aliada no segundo turno das eleições de 2014 — para dizer que é possível "perder ganhando", ao contrário de Dilma, que, segundo ele, "ganhou perdendo, sitiada no Palácio". Ele disse, no entanto, que não quer continuar perdendo as eleições:— Não que eu queira continuar perdendo, mas a nossa derrota, do ponto de vista político, pode ter sido um grande renascimento do PSDBAécio citou também o avô, Tancredo Neves, para incensar os pré-candidatos às eleições municipais de 2016 que porventura estivessem na plateia:— Apenas uma coisa agrega mais do que o poder, é a expectativa de poder — disse, aplaudido.

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