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MARIO CESAR CARVALHO, DE SÃO PAULO

Um dos executivos investigados pela Operação Lava Jato, o vice-presidente da construtora Engevix, Gerson de Mello Almada, remeteu cerca de R$ 15 milhões para o exterior antes de ser preso na última sexta-feira (14).
Uma das remessas foi feita na véspera da operação, segundo a Folha apurou.
Almada foi o executivo que teve mais dinheiro localizado pelo Banco Central entre os investigados pela sétima fase da Operação Lava Jato: ele tinha R$ 22,6 milhões em cinco contas bancárias.
O juiz federal Sergio Moro havia ordenado, além das prisões, o bloqueio de R$ 20 milhões de cada um de 16 dos 23 executivos investigados. A Justiça determinara também o congelamento de valores de três empresas de Fernando Soares, lobista do PMDB conhecido como Fernando Baiano.
A grande maioria dos investigados, no entanto, havia limpado as contas, já que há a suspeita de que vazou a data da operação em torno dos executivos das empreiteiras. Com o esvaziamento da maioria das contas, a Justiça conseguiu bloquear apenas R$ 47,9 milhões dos R$ 720 milhões que havia requerido –o equivalente a 6,6% do total.
Almada está na carceragem da Polícia Federal em Curitiba após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Esse tipo de prisão tem duração de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30.
Ele foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa como o seu contato na Engevix. Ambos citaram o nome do vice-presidente em depoimento à Justiça.
O advogado do executivo, Fabio Tofic Simantob, disse que as remessas foram todas legais, feitas por meio do Banco Central.
Segundo Simantob, seu cliente tem investimentos nos Estados Unidos com uma de suas filhas.
Ainda de acordo com o advogado, se seu cliente tivesse a intenção de enganar a Justiça não teria deixado R$ 22,6 milhões nas suas contas
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