terça-feira, 18 de novembro de 2014

CORRUPÇÃO: CPMI da Petrobras convoca Duque e aprova acareação entre Costa e Cerveró

JB.COM.BR

Comissão também aprovou quebra de sigilo do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto
A CPI Mista da Petrobras aprovou nesta terça-feira (18) a realização de acareação entre os ex-diretores da estatal Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa. O autor do requerimento, deputado Enio Bacci (PDT-RS), argumentou que, em depoimento à Polícia Federal, Costa fez diversas acusações contra Cerveró. Ainda será definida data para a acareação.
Quando foi ouvido pela comissão, em setembro, Cerveró refutou qualquer envolvimento em casos de corrupção na Petrobras. Disse também desconhecer qualquer participação direta de Paulo Roberto Costa nos acertos empresariais para a compra da refinaria de Pasadena (EUA). Por isso, Bacci considera essencial colocar um diante do outro, numa tentativa de esclarecer as dúvidas sobre os fatos investigados.
"Por que não colocá-los frente a frente? Isso não é o momento de fazer economia. Não vem com discurso que trazer alguém aqui é gastar dinheiro público", argumentou o deputado.
O senador José Pimentel (PT-CE) lembrou que Paulo Roberto Costa já esteve no Congresso e evocou o direito de ficar calado. Avaliou, por isso, que a acareação não produzirá resultados.
"Para gerar matéria para imprensa não precisamos gastar dinheiro público para trazer gente presa e com delação premiada já firmada", afirmou Pimentel.
A CPMI da Petrobras também aprovou as convocações do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso na Operação Lava Jato na sexta-feira (14); e do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado.
“É imperativa a vinda do Sérgio Machado em virtude dos desmandos já analisados na Transpetro”, disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Para o deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), devem ser priorizadas as convocações de pessoas já presas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato.
O executivo da empresa Toyo Setal Augusto Mendonça Neto revelou em depoimento a procuradores da República que pagou cerca de R$ 60 milhões em propina a Duque.
Já Machado foi citado na Operação Lava-Jato por supostamente participar de irregularidades na compra de navios para a Transpetro. O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa afirmou, em depoimento à Justiça Federal, que Machado teria pago a ele R$ 500 mil para direcionar uma licitação de navios.
A CPI aprovou ainda um requerimento de quebra de sigilo telefônico, bancário e fiscal do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele é suspeito de ser operador do partido em um esquema de corrupção dentro da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Segundo afirmações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que falou aos investigadores em troca de redução de pena, Vaccari seria intermediário do PT no esquema de pagamento de propinas.
De acordo com as investigações, as empreiteiras formavam um cartel e repassavam um percentual dos contratos superfaturados ao PT, PP e PMDB, que controlavam diferentes diretorias na estatal.
A quebra de sigilo foi aprovada em placar apertado na CPI, 12 votos a 11. Parlamentares da base aliada contestaram a decisão de não ampliar o requerimento para quebrar o sigilo de diferentes tesoureiros.
“Quero externar minha indignação da não extensão do requerimento aos tesoureiros de outros partidos que recebem recursos dessas empresas”, disse o deputado Sibá Machado (PT-AC), ao lembrar que as empreiteiras fizeram doações de campanha para diferentes legendas nas eleições.

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