sexta-feira, 21 de novembro de 2014

LAVA-JATO: Fernando Soares depõe à Polícia Federal e nega ligação com partido

OGLOBO.COM.BR
POR GERMANO OLIVEIRA, ENVIADO ESPECIAL

Lobista é acusado de ser operador do PMDB no desvio de recursos da Petrobras
CURITIBA - O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, prestou depoimento na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso, por cerca de três horas e meia nesta sexta-feira. Ele se entregou à polícia na noite de terça-feira depois de ser considerado foragido e ter seu nome incluído na lista da Interpol. Fernando Soares é apontado pelo doleiro Alberto Youssef como operador do PMDB no desvio de recursos da Petrobras.
Segundo o advogado Mário Oliveira Filho, que deixou a sede da PF por volta das 17h30, Fernando Soares negou ter ligação com o PMDB e com o senador Renan Calheiros, que o teria apresentado para fazer negócios com a estatal.
O defensor afirmou que Soares respondeu a todas as perguntas que foram feitas delegados de forma tranquila. No entanto, ele não quis dar detalhes do depoimento alegando ter se comprometido com a PF. Oliveira Filho disse que a íntegra será anexado ao processo da Justiça.
A expectativa do advogado é que o lobista seja solto neste sábado, quando vence sua prisão temporária. A Justiça fará plantão amanhã para analisar se a prisão temporária será prorrogada, se será decretada a preventiva ou se Soares será colocado em liberdade.
O Sistema de Atendimento ao Poder Judiciário do Banco Central informou à Justiça Federal de Curitiba que foram bloqueados R$ 8.873,79 da conta de Fernando Soares. A sua conta não foi a única a ter dinheiro bloqueado. Até quinta-feira, haviam sido bloqueados R$ 47,2 milhões nas contas de 16 dos presos na sétima fase da Operação Lava Jato, a maioria dirigentes de empreiteiras, e de três empresas.
PMDB TENTA SE DISTANCIAR
A cúpula do PMDB tenta se distanciar de Fernando Soares. A intenção é utilizar o discurso de que Baiano pode ser conhecido de alguns peemedebistas, mas não é ligado ao partido. Integrantes do partido já lembram que depoimentos mais recentes apontaram ligação de Fernando Baiano com Néstor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional a Petrobras, que teria sido indicado para o cargo pelo PT. Cerveró está sendo investigado pela compra da refinaria de Pasadena. O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse na última segunda-feira ao GLOBO que "não tem nenhum relacionamento ou relação com Fernando Baiano", mas admitiu que o recebeu, em seu escritório no Rio, na condição de representante da empresa espanhola Acciona, que fez obras no Rio em empreendimentos de Eike Batista. Cunha vem dizendo a aliados estar tranquilo com as investigações.
A defesa de Sérgio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da Mendes Júnior, ingressou na Justiça Federal com pedido “sui generes” nesta sexta-feira: o de troca de pedido de prisão preventiva por outras medidas cautelares. Segundo o advogado Marcelo Leonardo, Cunha Mendes se compromete a não participar de cartel de empreiteiras nem fazer doações durante campanhas eleitorais. No pedido, que ainda será analisado pela Justiça, ainda foram acrescentados como medidas cautelares o executivo entregar o passaporte, não sair de casa à noite, entregar documentos e se apresentar à Justiça quando solicitados.
A defesa alega ainda que o empresário teve bloqueados R$ 700 mil na sua conta corrente. - Ao contrário de outros investigados, ele não zerou a sua conta. Ele tem os requisitos para deixar a prisão - disse o advogado.

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