sexta-feira, 6 de junho de 2014

GREVE: PMs usam bombas de gás contra metroviários em São Paulo

De OGLOBO.COM.BR
POR TIAGO DANTAS

Grevistas queriam impedir que supervisores, escalados para operar os trens, entrassem nas estações

Seguranças bloqueiam acesso ao metrô Itaquera, Zona Leste, no segundo dia de greve - Marcos Alves / Agência O Globo
SÃO PAULO - Metroviários grevistas impediram a entrada de funcionários do Metrô de São Paulo em seus postos de trabalho, de acordo com a companhia, na manhã desta sexta-feira, segundo dia da greve. Isso teria atrasado o início do funcionamento parcial das linhas. Os grevistas fizeram piquetes na entrada das estações. Na Estação Ana Rosa, Zona Sul da capital, grevistas e policiais militares entraram em confronto. Bombas de gás e cassetetes foram usados. Por conta da greve e da chuva, a cidade registrou 239 km de congestionamento às 10h, segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Metroviários grevistas se dirigiram às estações Ana Rosa e Bresser-Mooca às 4h para tentar impedir a entrada de outros funcionários no trabalho. Também houve tentativa de piquetes nos pátios de estacionamento, segundo o governo do Estado. Desde o início da manhã, polícias militares foram deslocados para as estações de metrô para dispersar possíveis cordões de isolamento formados pelos grevistas. Na Ana Rosa e na Bresser-Mooca havia unidades da Força Tática.
Policias da Força Tática foram acionados e usaram cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o tumulto. Não houve disparos de tiro de borracha, segundo a corporação. Um homem foi detido por policiais civis, mas a PM não informou qual a acusação contra ele.
Segundo o Sindicato dos Metroviários, o governo está sendo “irresponsável” ao colocar supervisores para operar os trens no lugar dos condutores.
Policiais tentam dispersar grevistas na estação Ana Rosa - Reprodução / TV GLOBO
A legalidade da greve deve ser julgada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) às 17h desta sexta. O governo esperava que os metroviários voltassem ao trabalho até o julgamento do dissídio, mas os trabalhadores decidiram manter a greve. Na tarde de quinta-feira, o Metrô manteve a proposta de reajuste de 8,7%, mas o sindicato da categoria reivindica 12,2%.
O Sindicato dos Metroviários diz que o governo do Estado não aceitou sua proposta de trabalhar um dia sem receber. Na quinta-feira, os trabalhadores haviam sugerido trabalhar sem receber nesta sexta desde que o Metrô liberasse as catacras e não cobrasse passagem dos usuários.
O secretário dos Transportes, Jurandir Fernandes disse, em entrevista à Rádio Estadão, nesta manhã, que o governador Geraldo Alckmin determinou que "se houvesse obstrução física, a desobstrução também será física".
Reforço de trens da CPTM
Os trens da CTPM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) circulam com menor intervalo, em todas as linhas, além dos horários considerados de pico, durante a manhã e a tarde.
Em Itaquera, na Zona Leste, o fechamento da estação de trem do bairro, que é ligada à de metrô, gerou confusão. Um bloqueio foi montado na escada rolante que dá acesso à estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no inicio do horário de operação. Às 7h25m, o acesso foi liberado.
Funcionários da CPTM diziam, em megafones, que o bloqueio era necessário porque a estação não teria condições de atender a todos os passageiros. As pessoas eram orientadas a pegar um ônibus até a estação Dom Bosco, da CPTM, distante cerca de dois quilômetros. O terminal, porém, ficou lotado. Às 7h, a fila que começava na catraca enchia toda a passarela sobre a Avenida Jacu-Pêssego.
Em um panfleto distribuído nesta manhã, os metroviários disseram que o governo de São Paulo está sendo irresponsável. "Poucos trechos do metrô estão funcionando. E para piorar a situação, quem está operando o metrô (...) são supervisores que estão desempenhando uma função sem o preparo adequado."
Segundo o Metrô, três linhas (Azul, Vermelha e Verde) operam parcialmente. Apenas as linhas Lilás e Amarela, que são privatizadas, funcionam integralmente.
Trânsito
Na manhã desta sexta-feira, às 10h, a cidade tinha 239 km de congestionamento, de acordo com dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Nesta quinta-feira, primeiro dia da greve do Metrô, a capital teve um pico de 209 km às 9h30m.
Os maiores congestionamento estão nas marginais Tietê e Pinheiros e também na Avenida Radial Leste, principal ligação da Zona Leste com o centro da cidade.
O rodízio de veículos foi suspenso por causa da greve dos metroviários, o que faz com que mais veículos circulem em horário de pico. Só na Zona Sul, segundo a CET, eram 61km de congestionamento.Na Zona Leste, o índice chegava a 53km.
Nos corredores exclusivos de ônibus, a velocidade no sentido centro era de 15km/h.

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