Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL
O ministro Joaquim Barbosa pode até ter um tom mais
aguçado na leitura de seus votos e certo peso na pena na hora de sentenciar.
Todavia, a motivação de seus votos é exemplar, calcada nos autos e no famoso (e
pouco praticado) silogismo aristotélico. Sempre podem caber reflexões jurídicas
na boa prática forense, sobretudo em temas complexos. Citar a doutrina e repisar
a jurisprudência nada mais são do que explorar os percursos das fontes de
Direito. Barbosa, nesta labuta do chamado mensalão, tem sido mais direto com
construções diretas sobre um montante considerável de provas. A citação do
depoimento da ex-ministra das Minas e Energia e atual presidente da República no
voto de Barbosa foi extraída dos autos e nada conspira para a distorção da forma
e congruência do voto do ministro. A nota da presidente após o voto, esse sim,
destoa da boa prática republicana da separação dos poderes. De Locke a
Montesquieu. De Paris a Washington. Uma conclusão pode ser extraída : Dilma tem
um estilo chamado "direto". No caso, direto para o público interno do PT e seu
ex-chefe quando era uma comportada ministra.
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