terça-feira, 12 de junho de 2012

MUNDO: Agora a Espanha


Do POLÍTICA & ECONOMIA NA REAL

O conservador Partido Popular ascendeu à chefia do governo espanhol com a sua tradicional pregação pró-mercado. Encantou a maioria do eleitorado, incluso o mais jovem, com o ideário genérico da "austeridade". A mesma pregação da alemã Angela Merkel, a mulher sem graça que tenta incorporar o espírito de Thatcher, a dama de ferro. Pois bem : depois de cerca de seis meses de governo, Mariano Rajoy teve de pedir a bagatela de 100 bi de euros para que o sistema financeiro do país não quebrasse. Ressalta-se que este pacote assiste tão somente aos problemas financeiros e nada se destina à tragédia do desemprego galopante de cerca de 25% da força de trabalho (mais de 50% entre os jovens até 30 anos). Ademais, esta é a segunda intervenção do sistema monetário europeu nos bancos do país - grande parte da injeção de recursos por parte dos maiores BCs do mundo ao final do ano passado foi parar nas mãos dos espanhóis.
Agora a Espanha - II
O ideário pretensamente liberal de Mariano Rajoy era uma farsa, isso até os ossos de Lord Keynes já sabiam. Afinal, o tal do "mercado" é uma ficção ideológica cada vez mais sem lugar no cotidiano. O mais incrível é que a bolha imobiliária que causou este processo foi engendrada pelos conservadores espanhóis, agora socorridos pelo sistema europeu. A austeridade caberá, sobretudo, ao povo espanhol que terá de despejar suas moedas na sacola estatal que viabiliza tudo isso. A Espanha se junta, assim, ao seleto grupo da Europa meridional, composto por Portugal e Grécia e, do outro lado, os desesperançados irlandeses que votaram, há dois fins de semana, na austeridade da senhora Merkel. Ainda falta a solução da Itália, esta mais vigorosa para se sustentar no curto prazo, mas igualmente carente de crescimento.
Agora a Espanha - III
Poderemos ter um pouco de calma nos próximos dias. Todavia, em breve, os helênicos voltarão a votar (no próximo dia 17) e a fragmentação política do país gerará mais tensão ao Velho Continente. É quase certa a vitória do Syriza, contrário ao acordo, muito embora seja possível uma coalizão (intrigante) entre o Socialista Pasok e o conservador Nea Democratia. De todo modo, a pequena Grécia caminha para sua saída do euro. Será ao mesmo tempo uma tragédia (sem trocadilhos) e uma esperança. Quem viver, verá. Afora isso, pode-se afirmar que não há nenhuma possibilidade concreta de que possa se reverter o dramático quadro social de toda a Europa. A política de austeridade de Merkel persiste levando o Continente para a beira do precipício. Enquanto, não se adotar um receituário expansionista do ponto de vista monetário e fiscal, o destino da Europa está mais para a depressão econômica que a simples recessão. Em tempos de Eurocopa, melhor torcer contra a política econômica da Alemanha. Não apenas nos gramados. 

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