quinta-feira, 14 de junho de 2012

ECONOMIA: Seca reduz ou cancela São João de 47 cidades baianas



Do UOL
Davi Lemos e Franco Adailton
Erik Salles / Agência A TARDE

Festa típica em Senhor do Bonfim, no ano passado
Festa típica em Senhor do Bonfim, no ano passado


A pior estiagem dos últimos 30 anos, que tem afetado a vida de cerca de dois milhões de baianos, espalhados por 246 municípios em situação de emergência, também estende os efeitos aos festejos juninos. De acordo com a União dos Municípios da Bahia (UPB), 47 cidades já alteraram ou cancelaram o calendário do São João 2012, dentre elas Senhor do Bonfim (a 376 km de Salvador) e Amargosa (a 248 km), que reduziram os dias de festa.
Segundo o secretário de administração de Senhor do Bonfim, Cláudio Nunes, os habituais cinco dias da festa na cidade  caíram para três dias:  22, 23 e 24 de junho. O investimento municipal foi reduzido de R$ 1,5 milhão, montante gasto em 2011, para R$ 900 mil este ano.
“É um ano atípico porque, além da seca que temos de enfrentar, o calendário não ajudou com o São João no sábado e domingo”, lamentou Nunes, que vê no cancelamento de festas vizinhas a chance de manter a arrecadação. “Pode ser que o público aumente”.
A mesma expectativa é mantida pelo prefeito de Amargosa, Valmir Sampaio. A cidade diminuiu de dez para quatro os dias de festa. “Esperamos receber cerca de 100 mil pessoas, o triplo da população da cidade, que é de 35 mil”, comparou. No ano passado, diz o prefeito, foi investido R$ 1,5 milhão. Para 2012, ele prevê um gasto de até R$ 1,3 milhão com a festa.
Segundo o presidente da UPB, Luiz Caetano,  prefeito de Camaçari (Grande Salvador),  município que reduziu o São João de quatro para três  dias, outras cidades não afetadas pela seca também devem cortar os dias de festa.
“Para dar exemplo e demonstrar solidariedade”, alegou, ao informar seguir determinação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que determinou cortes nos gastos das cidades afetadas pela seca.
Turismo - A Secretaria Estadual do Turismo (Setur), por conta da seca, reduziu em 20% o investimento nas festas dos municípios baianos. O montante para este ano será de R$ 8 milhões – o valor deve ser distribuído para festas de 106 cidades. A Setur buscou investir também nas festas de municípios como Salvador, Ilhéus e Porto Seguro.
“Tínhamos junho como um péssimo mês para a hotelaria do litoral baiano. Tivemos um avanço nos últimos quatro anos e somente uma das operadoras passou de 12 mil para 39 mil o número de pacotes de viagem vendidos para o Estado, no período que vai de 1º a 30 de junho. O São João da Bahia contribuiu muito para esse resultado”, afirmou o secretário do Turismo, Domingos Leonelli.
A Setur também não tem estimativa de quanto o Estado perderá por conta da restrição de gastos com o São João. Somente nas três cidades com as festas mais tradicionais – Amargosa, Cruz das Almas e Senhor do Bonfim – a expectativa de fluxo de dinheiro era de R$ 25 milhões no ano passado. Em 2011, a ocupação nos hotéis chegou a 100% em muitas cidades do interior, e, na capital baiana, levantamentos da rede hoteleira apontaram ocupação de 50% no mesmo período. Desde 2008 se registra aumento nos repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do governo do Estado para os municípios. Em 2010, o repasse de ICMS chegou a R$ 301 milhões.

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