De OGLOBO.COM.BR
Isabel Braga / Paulo Celso Pereira
Advogado do senador pede mais tempo para a defesa, o que pode inflamar o debate
BRASÍLIA - Começou há pouco a sessão do Conselho de Ética do Senado que analisa pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). O relator, senador Humberto Costa (PT-PE) pediu a abertura do processo argumentando que Demóstenes mentiu ao dizer que a relação com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, era apenas de amizade, que sempre militou contra a legalização dos jogos de azar no Brasil e que não recebeu vantagens indevidas do contraventor.
Kakay cita como exemplo parte do relatório que diz que Demóstenes teria
faltando ‘convenientemente” a uma votação que trataria do jogo do bicho para
tender a interesses de Cachoeira. Segundo o advogado, nesse dia (05/11/2008),
Demóstenes estava licenciado das atividades do Senado para participar – em
missão oficial – como observador parlamentar dos trabalhos da 63ª Assembleia
Geral da ONU.
Na última quinta-feira, no entanto, quando o advogado fez, oralmente, pedido
semelhante, o presidente do Conselho de Ética, Antonio Carlos Valadares
(PSB-SE), negou mais prazo, alegando que regimentalmente não era mais possível.
Valadares afirmou que a defesa de Demóstenes teve 10 dias para apresentar seus
argumentos e o relator apenas cinco dias.
O advogado tentará convencer o Conselho de Ética a votar o pedido de mais
prazo. Segundo Almeida Castro, o senador Demóstenes está em Goiânia e não
participará a sessão desta terça-feira no conselho. Nos bastidores os senadores
conselheiros afirmam que não devem acatar o pedido da defesa e votar, ainda
nesta terça-feira, o relatório de Humberto Costa. A tendência é de que o
Conselho aprove ainda hoje a abertura de processo contra
Demóstenes.
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