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O Globo com agências
Desemprego atinge o nível recorde de 21,7%.
S&P ameaça novo rebaixamento
ATENAS, VIENA e BERLIM — A Grécia viu seu índice de desemprego atingir um
novo recorde, de 21,7% em fevereiro, ao mesmo tempo em que recebeu o aviso de
que terá de cumprir os termos do pacote de socorro para receber mais dinheiro
depois de junho. Além disso, a agência de classificação de risco Standard &
Poor’s (S&P) alertou nesta quinta-feira que pode reduzir ainda mais a nota
do país, hoje em “CCC” (próximo da inadimplência).
O Fundo Europeu de Estabilização Financeira (Feef) liberou no mesmo dia 4,2
bilhões de euros para ajudar a Grécia a cumprir suas obrigações. Mas o diretor
do Feef, Klaus Regling, avisou que, para receber mais recursos, o país terá de
chegar a um acordo com a chamada troika, que reúne União Europeia (UE), Banco
Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), sobre o que
acontecerá no segundo semestre e no ano que vem.
A Alemanha ainda reforçou seu discurso de que o governo grego tem de se ater
ao acordo com a troika, maciçamente rejeitado nas eleições do último domingo. O
ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, avisou que o país “precisa fazer
o que é necessário”:
— A Grécia pode contar com a solidariedade da Europa, mas se a Grécia não
ajudar a si própria, nada poderá ser feito.
Merkel: crescimento com crédito leva de volta à crise
Mais cedo, a chanceler Angela Merkel reforçara sua posição contrária a
medidas de estímulo econômico para combater a crise — como defendem cada vez
mais líderes europeus, como o recém-eleito presidente francês, François
Hollande. Em discurso no Parlamento alemão, Merkel afirmou que “crescimento com
crédito” só aprofundaria a crise na Europa.
— Crescimento através de reformas estruturais é sensato, importante e
necessário. O crescimento com crédito só nos levaria de volta ao início da crise
— disse Merkel, que receberá Hollande na semana que vem. — O único caminho
sustentável é aceitar que superar a crise é um processo longo, que só será
bem-sucedido se lidarmos com as causas da crise: a horrenda dívida e a falta de
competitividade de alguns Estados da zona do euro.
Mas será difícil convencer disso a população grega, imersa numa crise sem
precedentes. No primeiro trimestre, a produção industrial despencou
7,6%.
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