De O GLOBO.COM.BR
Com agências internacionais
Temores sobre a Grécia fazem Bolsas na Europa e
EUA operarem em queda
SÃO PAULO - O dólar comercial opera em alta nesta terça-feira e às 11h10m
estava sendo negociado a R$ 1,9370 na venda e R$ 1,9310 na compra, uma
valorização de 0,83%. No exterior, a moeda americana também se valoriza em
relação a outras divisas. O euro vale US$ 1,3003, uma desvalorização de 0,38%. O
Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ampliou a
queda registrada na abertura e às 11h10m perdia 1,68% aos 60.190 pontos. Na
Europa e nos Estados Unidos, as Bolsas se desvalorizam com novas preocupações em
relação à Grécia.
No exterior, os investidores mantêm a cautela após as eleições na França e na
Grécia e analisam novos dados da economia europeia. Nesta manhã, foi divulgada a
produção industrial da Alemanha que subiu 2,8% em março, em relação ao mês
anterior, uma notícia positiva. A expectativa dos economistas era de uma alta de
1%. Em março, houve uma queda de 0,3%.
Mas as bolsas europeias operam em baixa com o anúncio de que o partido
conservador não conseguirá formar maioria governista na Grécia. Isso poderia
levar a novas eleições e mais instabilidade na região. A chance de que o país
tenha que abandonar a zona do euro torna-se real, segundo analistas. A
primeira-ministra Angela Merkel disse que se a Grécia não cumprir as medidas de
austeridade acordadas, não haverá mais liberação dos recursos do pacote de
ajuda.
- Já há gente avaliando que a saída da Grécia do euro seria benéfica ao país.
A crise no país seria administrada de forma independente sem levar tensão aos
demais países - diz Márcio Cardoso, diretor da Título corretora.
O índice da Dax, da Bolsa de Frankfurt, cai 1,22%; o FTSE, da Bolsa de
Londres, tem baixa de 0,91% e o Ibex, da Bolsa de Madri, se desvaloriza 0,27%. O
Eurostoxx 50, que reúne as blue chips da zona do euro, perde 1,40%.
A queda mais forte é registrada no índice Cac, da Bolsa de Paris, que se
desvaloriza 2,17%. Os analistas avaliam que há um movimento de correção, já que
o índice subiu 1,65% na segunda. Um relatório divulgado pela agência de
classificação de risco Fitch avalia que a eleição do candidato do Partido
Socialista, François Hollande, presidente da República Francesa, não tem
implicações para a nota 'AAA' da França, que está atualmente sob perspectiva
negativa.
No entanto, diz a agência, apesar de sua vitória eleitoral marcar uma mudança
importante na cabeça da França e da Europa, o novo presidente terá de enfrentar
os mesmos problemas que seu antecessor: o fortalecimento da credibilidade
fiscal, melhorar o potencial de crescimento no médio prazo e lidar com a crise
na área do euro.
Na Espanha, o medo de uma crise bancária retornou. O primeiro-ministro,
Mariano Rajoy, deve intervir na terceira maior intsituição do país, o Bankia, e
pode injetar até 10 bilhões de euros. Não se descarta que outros bancos recebam
uma injeção de dinheiro público.
- Devido a este cenário, esperamos um dia com tendência de baixa na bolsa
brasileira também - avalia em relatório o economista-cehefe do Bradesco, Octávio
de Barros.
As Bolsas dos Estados também operam em queda. Há pouco, o Dow Jones caía
0,82%, o S&P 500 perdia 0,98% e o Nasdaq recuava 1,10%.
No Brasil, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou
o IGP-DI de abril, que mostrou uma elevação de 1,02%, quase o dobro da taxa
apurada em março, de 0,56%. Em 12 meses, o indicador subiu 3,86%.
As bolsas da Ásia fecharam sem tendência definida nesta terça-feira. O índice
Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, fechou em queda pelo quarto dia consecutivo,
com recuo de 0,25%, a 20.484,75 pontos. O Xangai Composto encerrou o pregão em
queda de 0,12%, a 2.448,88 pontos, puxado pela queda nas ações de corretoras e
financeiras. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em alta de 0,68%, a 9.181,65
pontos, impulsionado por balanços positivos, entre eles o da Mitsubishi. O
índice Kospi, da bolsa de Seul, avançou 0,54%, a 1.967,01 pontos.
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