sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MUNDO: Novo escândalo atinge Berlusconi e oposição volta a pedir renúncia

De O Globo

Com agências internacionais

ROMA - As capas dos jornais italianos voltaram a estampar nesta sexta-feira um escândalo envolvendo o primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Com o país lutando para evitar o agravamento da crise financeira, o premier agora é acusado de aconselhar um empresário procurado pela polícia a permanecer fora da Itália durante as investigações, que envolvem o político.
Valter Lavitola é suspeito de participar de uma tentativa de extorsão contra Berlusconi, que teria sido chantageado para que gravações durante festas em sua casa não fossem reveladas. O premier é investigado por suspeita de prostituição de menores nas festas, chamadas por ele de "bunga-bunga".
Niccolò Ghedini, advogado de Berlusconi, disse em nota que a acusação, baseada em um telefonema interceptado pela polícia e divulgado pela revista "L'Espresso", é "absurda e infundada". Com a notícia reproduzida nos principais jornais italianos, a oposição voltou a pedir a renúncia de Berlusconi.
- Este telefonema é a cereja no bolo - disse Enrico Letta, dirigente do Partido Democrático, ao jornal" La Repubblica". - O primeiro-ministro não está comandando o país, estamos sem líder.
Juízes de Nápoles ordenaram a prisão de Lavitola, mas acredita-se que ele esteja fora da Itália. Berlusconi deve ser interrogado na semana que vem, como testemunha no caso. Governo já enfrenta divisões por pacote para conter crise
As novas acusações se somam ao caos que cerca os esforços do governo centro-direitista para controlar uma crise financeira que deixou a Itália na dependência do apoio do Banco Central Europeu (BCE) para continuar financiando sua dívida pública de 1,9 trilhão de euros.
Após intensa pressão do BCE, o governo submeteu ao Parlamento um plano de austeridade no valor de 54 bilhões de euros, com a intenção de equilibrar o orçamento até 2013. Entre as medidas previstas estão um aumento no imposto sobre valor agregado (IVA), mudanças nas regras previdenciárias e cortes nos gastos públicos.
O pacote causou profundas divergências entre as várias facções do governo e já foi alterado várias vezes nas últimas semanas, para desgosto dos vizinhos europeus.
O país, terceira maior economia da zona do euro, balança há dois meses à beira de um precipício financeiro, já que os mercados pulverizaram o valor dos seus títulos públicos e levaram os custos do crédito a níveis impraticáveis.
Foi necessária uma intervenção do BCE, comprando títulos italianos no mercado, para manter os ágios em níveis com os quais Roma pode arcar, evitando uma quebra que arrastaria toda a zona do euro para uma crise potencialmente fatal.
Na noite desta quinta-feira, o presidente do Banco da Itália, Mario Draghi, que assume a presidência do BCE em novembro, se reuniu com Berlusconi para discutir as novas medidas, exigidas no mês passado pela instituição europeia em troca do seu apoio. O pacote de austeridade vai a debate na Câmara na segunda-feira, e deve ser votado durante a semana.

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