quinta-feira, 24 de agosto de 2017

LAVA-JATO: Moro aceita denúncia contra Bendine por corrupção na Lava-Jato

OGLOBO.COM.BR
POR THIAGO HERDY

Ex-presidente do Banco do Brasil virou réu por receber propina da Odebrecht

O então presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, durante depoimento na CPI da Petrobras na Câmara, em 2015. - Givaldo Barbosa / Agência Globo

SÃO PAULO - O juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine. E mais cinco réus passam a ser formalmente processados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e embaraço às investigações. Preso na Operação Lava-Jato, o dirigente é acusado de receber R$ 3 milhões em propina paga pela Odebrecht para obter vantagens na concessão de um empréstimo bancário.
"Não cabe nessa fase processual exame aprofundado da denúncia, o que deve ser reservado ao julgamento, após contraditório e instrução. Basta apenas, em cognição sumária, verificar adequação formal e se há justa causa para a denúncia", escreveu Moro em despacho divulgado nesta quinta-feira. O juiz disse considerar "razoável a iniciativa do MPF de promover o oferecimento separado de denúncias a cada grupo de fatos identificados na assim denominada Operação Lavajato".
De acordo com a denúncia, a Odebrecht pagou R$ 3 milhões a Bendine por meio do setor de Operações Estruturadas, entre junho e julho de 2015. Também denunciados na ação e colaboradores premiados da Lava-Jato, os executivos Marcelo Odebrecht, então presidente da empreiteira, e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos, à frente da Odebrecht Ambiental, foram citados como destinatários da solicitação de propina e concordaram em efetuar o pagamento, segundo as investigações.
Passam a responder formalmente pela ação os irmãos André Gustavo e Antônio Carlos Vieira, que teriam participado da negociação e do recebimento da propina em nome de Bendine, e o doleiro Álvaro José Galliez Novis que recebia recursos da Odebrecht no exterior e disponibilizava o equivalente em espécie no Brasil. Ele foi identificado em planilhas do setor de propinas com o codinome "paulistinha".
Novis também assinou um acordo de colaboração com a Lava-Jato, homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nesta quinta-feira, Moro solicitou o encaminhamento de trechos da colaboração que tratem da participação do réu em crimes relacionados à Odebrecht.

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