terça-feira, 13 de dezembro de 2016

LAVA-JATO: Renan diz que denúncias contra ele foram feitas ‘nas coxas’ e que Janot age por ‘vingança’

OGLOBO.COM.BR
POR CRISTIANE JUNGBLUT

Presidente do Senado classifica de ‘absurdas’ as acusações contra ele

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - Jorge William / Agência O Globo / 13-12-2016

BRASÍLIA — Alvo de denúncia dentro da operação Lava-Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou, nesta terça-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o Ministério Público de "só fazer política" e disse que as denúncias contra ele foram "feitas nas coxas". Renan disse que as ações do Ministério Público são "contra o Senado" e disse que isso ocorre porque a força-tarefa da Lava-Jato inclui promotores que foram rejeitados pelo Senado.
— E essas outras denúncias, como aquelas, são denúncias apressadas, feitas nas coxas, que demonstram o caráter político do Ministério Público, de vendeta, de vingança, porque o Senado rejeitou os três nomes. Não há sequer acusador: a empresa negou que tivesse feito doação, o deputado negou que tivesse falado em meu nome. Então, essa denúncia vai ter o mesmo destino das outras denúncias: será arquivada. Porque nunca cometi crime, irregularidade e sempre tive muito cuidado com a minha vida pública e com a minha vida pessoal — disse Renan, acrescentando:
— Quando a Procuradoria-Geral da República vai apenas para a política, ela perde a condição de ser o fiscal da lei. O Ministério Público, infelizmente, passou a fazer política, só política. Quando você faz política, você perde a condição definitivamente de ser o fiscal da lei.
Renan classificou de "absurdas" as acusações contra ele.
— Você tem delações e delações. Você tem o nome citado porque alguém interpretou que alguém falaria em seu nome é um absurdo. Isso só serve para alimentar um noticiário e para permitir um prejulgamento das pessoas. Pelo amor de Deus! Temos que separar o joio do trigo — disse ele.
Renan voltou a falar que a força-tarefa tem integrantes que agem de forma vingativa contra o Senado.
— Depois que o procurador-geral da República colocou na força-tarefa três membros do Ministério Público rejeitados pelo Senado para o Conselho Nacional do Ministério Público e para o Conselho Nacional de Justiça, isso, por si só, já demonstra o que ele está pretendendo fazer com o Senado. De modo que as conduções coercitivas, as buscas e apressões, o pedido de prisão, a prisão da polícia, a usurpação de competência, tudo é decorrente do fato de o procurador-geral da República ter colocado como membros da força-tarefa três pessoas rejeitadas pelo Senado. Porque coloca a PGR na política. É evidente que eles vão tomar todos os dias medidas e mais medidas que não se sustentam contra o Senado — disse ele.
Ele disse que, no caso das denúncias de 2007, o Supremo Tribunal Federal descartou duas das três acusações.
— Estou absolutamente tranquilo. Do episódio de 2007, o Ministério Público entrou com três denúncias no STF e duas foram arquivadas. E uma terceira foi aceita por peculato da verba indenizatória.

Renan disse que o Senado não é fator da crise.
— O Senado não é fator da crise, é ponto de equilíbrio e tem feito o seu papel, tem cumprido a sua parte.
E, como o presidente Michel Temer, cobrou a divulgação das delações.
— Não conhecemos o teor das delações, são vazadas seletivamente para permitir um prejulgamento. O importante é que se conheça o teor das delações, sejam ou não homologadas, para que o país acompanhe com dados, com contra-argumentos, com fatos. Não é isso que está acontecendo no Brasil — disse ele.
Sobre o projeto da Lei de Abuso de Autoridade, Renan desconversou:
— Pretendo votar todos aqueles itens indicados pelos líderes para compor essa agenda de final de ano.
Renan ainda comparou o que está acontecendo no Brasil com a operação Mãos Limpas, ocorrida na Itália.
— Não pode fazer o que aconteceu na Itália. A operação Mãos Limpas perdeu muita força na Itália porque condenou muitos inocentes. A divulgação permitia que inocentes fossem julgados todos os dias nos meios de comunicação. Se isso acontecer no Brasil, que está acontecendo, será muito ruim — disse Renan.

Comentários:

Postar um comentário

Template Rounders modificado por ::Power By Tony Miranda - Pesmarketing - [71] 9978 5050::
| 2010 |