sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

LAVA-JATO: Justiça determina nova transferência de Cabral, agora de Curitiba para o Rio

Do UOL, no Rio
Gustavo Maia

Rodrigo Félix/Agência de Notícias Gazeta do Povo/Estadão Conteúdo
O ex-governador Sérgio Cabral foi transferido para Curitiba no último sábado (10)

O desembargador Abel Gomes, do TRF 2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), determinou nesta sexta-feira (16) o retorno do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste da capital fluminense. A informação foi confirmada ao UOL pela chefe de gabinete do magistrado, no início da noite.
No último sábado (10), ele havia sido transferido do Rio para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde ele é investigado pela Força-tarefa da Operação Lava Jato - ele se tornou réu por este processo nesta sexta.
A assessoria de imprensa do tribunal informou que enviaria uma nota, em instantes, dando mais informações sobre a decisão. Segundo a chefe de gabinete do desembargador, que disse não poder mais detalhes sobre o caso, a decisão foi baseada em um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-governador.
Cabral foi preso no dia 17 de novembro, quando foi levado para Bangu, no âmbito da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio. A primeira transferência foi solicitada à 7ª Vara Criminal Federal pelo promotor André Guilherme Freitas, da Promotoria de Justiça de Execuções Penais do MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro).
Em ofício, ele apontou que o ex-governador está recebendo visitas de forma "irregular e ilegal". "O referido réu está recebendo visitas de familiares e pessoas amigas em desconformidade com resolução que limita a um único credenciamento de pessoa amiga", informa o documento. Cabral recebeu a visita dos deputados estaduais Jorge Picciani (PMDB), presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Paulo Melo (PMDB), e Cidinha Campos (PDT).
A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também visitou o marido, antes de ela mesma ser presa, no dia 6, também por conta da Operação Calicute. Ela também se tornou ré na Lava Jato nesta sexta, assim como outras cinco pessoas. Como o documento de acesso ao sistema penitenciário não estava pronto, ela obteve autorização especial para ver Cabral. Adriana está presa em Bangu.
A Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) afirmou, em nota, "que todas as visitas de familiares do ex-governador Sérgio Cabral foram previamente cadastradas e tiveram as carteirinhas de visitantes expedidas conforme normas desta secretaria".
"Esta secretaria esclarece, também, que tem sido fiscalizada pelo Ministério Público e pela Vara de Execuções Penais nesta unidade prisional e em todas as outras. Cabe ressaltar que deputados possuem prerrogativas parlamentares para entrar e, inclusive, fiscalizar unidades prisionais a qualquer momento, sem necessariamente ser o dia de visita", completou a Seap, que citou a existência de câmeras na unidade, cujas imagens podem ser acessadas pelo MP-RJ e pelo MPF.
Cabral estava detido na Cadeia Pública Pedrolino de Oliveira, conhecida como Bangu 8. Coincidentemente, a unidade foi inaugurada por ele em 2008, no seu segundo ano como governador do Estado.
Na custódia federal na capital paranaense, Cabral teve como vizinhos de cela o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil/Governos Lula e Dilma), o empreiteiro Marcelo Odebrecht e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
A reportagem do UOL telefonou para o advogado Ary Bergher, que representa Cabral e sua mulher, mas o telefone estava na caixa postal.

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