quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

ECONOMIA: Dólar encosta em R$ 3,96 e Bolsa cai 1% com meta fiscal e rumor de saída de Levy

OGLOBO.COM.BR
POR RENNAN SETTI, COM AGÊNCIAS

Em dia de aguardada decisão do Fed sobre juros, mercado local se descola do exterior
- - Xaume Olleros / Bloomberg

RIO - O dólar comercial sobe com força contra o real nesta quarta-feira, com os investidores operando avessos ao risco com a possibilidade de o ministro Joaquim Levy deixar a Fazenda após o governo enviar ao Congresso meta de superávit fiscal de 0,5% para 2016. Levy pressionava por meta de 0,7%, e jornal “Valor Econômico” afirmou hoje que o ministro já acertou sua saída e que a presidente Dilma Rousseff pediu tempo para uma transição. O dólar comercial sobe 1,98%, a R$ 3,950 para compra e a R$ 3,952 para venda. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra desvalorização de 1,09%, aos 44.383 pontos.
Na máxima da sessão, o dólar chegou a R$ 3,959. É o maior valor registrado pelo dólar durante uma sessão desde os R$ 3,965 de 22 de outubro. O câmbio local está descolado do movimento do dólar lá fora, que opera praticamente estável contra uma cesta de dez moedas. Hoje, por volta das 17h, espera-se que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) eleve os juros do país pela primeira vez desde 2006. O movimento contribui para a valorização do dólar mas, segundo analistas, já está embutido no preço dos ativos uma vez que já é aguardado há meses.
— Eu acredito que a decisão do Fed já esteja, em grande parte, “precificada” pelo mercado. O comunicado que sairá logo após a decisão é que vai balizar a perspectiva futura, mas só deve impactar no dia de amanhã. O destaque hoje é mesmo a derrota do Levy, o que fortalece uma possível saída sua do governo. Além disso, os investidores temem que a mudança na meta leve a uma antecipação do rebaixamento do nota do Brasil pelas agências de risco — afirmou Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.
“Mudança da meta fiscal e a possível saída de Joaquim Levy reforçam o cenário de perda de grau de investimento pela Fitch e Moody’s. Além disso, dificultam a melhora da confiança dos investidores na economia brasileira, o que tende a prolongar e acentuar a recessão”, disse em nota a consultoria MCM.
PRINCIPAIS PAPEIS EM QUEDA
Nos mercados externos, o tom é otimista. Na Europa, as ações operam em alta. O índice EuroStoxx sobe 0,75%, enquanto a Bolsa de Londres registra valorização de 0,98%. O pregão avança 0,71% em Paris e, em Frankfurt, sobe 0,89%.
No Brasil, as ações da Petrobras registram queda de 1,86% (ON, com voto, a R$ 8,93) e 1,75% (PN, sem voto, por R$ 7,29). O Banco do Brasil opera em baixa de 0,35% (R$ 16,70), enquanto o Bradesco recua 1,25% (R$ 20,51). O Itaú Unibanco registra baixa de 1,34% (R$ 27,92).
A Vale, um dos papéis que foram o destaque negativo no pregão de terça-feira, avança 1% (ON, R$ 13,01) e 0,77% (PN, a R$ 10,36).
A maior valorização do pregão é da Oi, cujas ações preferenciais saltam 8,33%, a R$ 1,56, com notícia publicada pelo jornal “Folha de S. Paulo” segundo a qual a operadora de telefonia teria conseguido levantar US$ 1,2 bilhão junto ao China Development Bank (CDB). De acordo com a reportagem, o contrato está fechado e deve ser anunciado até a próxima sexta-feira.

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